Refugiado segura criança em chegada à Lesbos: nesta quinta-feira, cerca de 1.200 cruzaram da Turquia para a ilha grega (REUTERS/Yannis Behrakis)
Da Redação
Publicado em 24 de setembro de 2015 às 14h26.
Lesbos - O fluxo de refugiados do Oriente Médio e Ásia não deu qualquer sinal nesta quinta-feira de que vai diminuir, depois que líderes da União Europeia começaram a tarefa de tentar impedir que dezenas de milhares de pessoas que fogem de guerras e da pobreza entrem de modo descontrolado no continente.
Depois de semanas com os países trocando acusações e tentando jogar a responsabilidade uns para os outros, uma reunião de cúpula na quarta-feira produziu um vislumbre de unidade política em medidas para ajudar os refugiados em regiões mais perto de suas casas, ou pelo menos registrar seus pedidos de asilo assim que entram na UE.
No entanto, todas as tentativas nas últimas semanas de conter o fluxo só fizeram com que as pessoas ficassem ainda mais desesperadas para ir logo para a Europa antes que as portas sejam fechadas ou o inverno torne a viagem muito perigosa.
Nesta quinta-feira, cerca de 1.200 cruzaram da Turquia para a ilha grega de Lesbos em 24 barcos em menos de uma hora, seguindo os 2500 que tinha feito a perigosa travessia no dia anterior.
Semanas atrás, a maioria teria encontrado o caminho mais rápido para a UE e seu destino preferido, a Alemanha, seguindo pela Sérvia e, depois, a Hungria.
Mas desde que a Hungria tomou medidas unilaterais, selando sua fronteira com uma cerca de arame farpado, uma Sérvia sobrepujada pelo grande afluxo de pessoas passou o problema para o mais novo membro da UE, a Croácia, que diz que também não pode lidar com a grande quantidade de gente.
Exigindo que a Sérvia envie, pelo menos, parte dos refugiados e imigrantes para a Hungria ou a Romênia, a Croácia vem impedindo a entrada de todos os veículos com placas sérvias.
A Sérvia comparou essas medidas com as leis raciais implementadas por um Estado nazista na Croácia durante a Segunda Guerra Mundial.
Em resposta, o país bloqueou mercadorias croatas e veículos de carga, escalando a disputa, o que levou as relações bilaterais a seu ponto mais baixo desde a derrubada do ditador sérvio Slobodan Milosevic em 2000.