As nações precisam fazer mais para assegurar que políticas certas sejam estabelecidas, permitindo que as florestas usem seu potencial máximo (Mayela Lopez/AFP)
Da Redação
Publicado em 19 de junho de 2012 às 15h38.
Rio de Janeiro - Se gerenciadas apropriadamente, as florestas do mundo podem ajudar a criar uma economia verde global forte e durável, de acordo com um relatório da ONU.
Mas os autores do relatório disseram que as nações precisam fazer mais para assegurar que políticas certas sejam estabelecidas, permitindo que as florestas usem seu potencial máximo.
Em outra iniciativa, um projeto colaborativo prometeu restaurar 18 milhões de hectares de florestas.
“Florestas e árvores em fazendas são uma fonte direta de alimentos, energia e renda para mais de um bilhão das pessoas mais pobres do mundo,” disse Eduardo Rojas-Briales, diretor assistente de florestamento da Organização para Alimentos e Agricultura da ONU (FAO).
“Ao mesmo tempo, florestas armazenam carbono e mitigam a mudança do clima, mantêm água e solo saudáveis e impedem a desertificação,” acrescentou.
“O gerenciamento sustentável de florestas oferece múltiplos benefícios – com os programas e políticas certos, o setor pode influenciar o caminho para economias mais sustentáveis e verdes.”
O relatório, O Estado das Florestas Mundiais 2012 (SOFO) é o décimo de uma série, e sublinha alguns dos modos como dinheiro pode figurativamente crescer em árvores, incluindo:
. Sistemas críticos de suporte à vida – Florestas podem desempenhar várias “funções essenciais de ecossistemas,” tais como regular o fornecimento de água e servir como contenção de enchentes e secas.
. Engenho de desenvolvimento econômico – O SOFO enfatiza fortes laços entre reflorestamento e crescimento, e desflorestamento e declínio econômico, e daí o papel anti-pobreza das florestas.
. Um componente chave do esverdeamento de outros setores – A madeira ainda é uma fonte primária de energia para um terço da população mundial e portanto, com as políticas certas, ela pode se tornar uma fonte global de energia mais verde e limpa.
O relatório lançado na Rio+20 concluiu que florestas e produtos florestais “não resolverão os desafios da mudança para economias mais verdes, mas serão excelentes exemplos e uma fonte de esperança.”
Foi também anunciado no encontro um esforço conjunto de um número de países e ONGS para restaurar mais de 18 milhões de hectares de florestas.
Os governos de EUA e Ruanda se uniram ao Pacto de Reflorestamento da Mata Atlântica (feito de agências governamentais, ONGs, entidades do setor privado e grupos indígenas).
O anúncio é parte do Desafio de Bonn, acordado em setembro de 2011, que compromete nações a restaurarem 150 milhões de hectares de florestas até 2020. “Está agora em curso a maior iniciativa de reflorestamento que o mundo já viu,” disse à BBC Julia Marton-Lefcvre, diretora geral da União Internacional para a Conservação da Natureza. “Ela fornecerá enormes benefícios globais na forma de renda, segurança alimentar e mitigação da mudança do clima,” acrescentou. “Pedimos a outros países e donos de terras que nos sigam em breve.”