Mundo

Flexibilização do Código preocupa Dilma, diz Minc

A presidente Dilma Rousseff se mostrou "muito preocupada" com a possibilidade de a nova legislação comprometer a execução das metas para emissão de gases

desmatamento-590 (Getty Images)

desmatamento-590 (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de maio de 2011 às 19h06.

Rio de Janeiro - A repercussão negativa provocada pela proposta de flexibilização do Código Florestal, aprovada na Câmara, deve reforçar a resistência do governo ao texto e a disposição em negociar sua alteração. Segundo o ex-ministro do Meio Ambiente Carlos Minc, que se reuniu com Dilma na terça-feira, 24, a presidente Dilma Rousseff se mostrou "muito preocupada" com a possibilidade de a nova legislação comprometer a execução das metas de redução da emissão de gases estufa estabelecidas pelo País em reuniões internacionais.

"O Brasil foi um dos primeiros países em desenvolvimento a apresentar metas de redução de emissões, mas, se essa lei for aprovada, sua execução será comprometida", avaliou. "Vale lembrar que o principal fator de emissão de CO2 no País é exatamente o desmatamento", acrescentou.

Na linha de frente da campanha feita por oito ex-ministros para tentar frear as alterações no Código, Minc lembrou que a política ambiental brasileira deve ganhar destaque internacional no ano que vem, quando o País sediará a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. "Será uma grande reunião, em que a presidente Dilma deve receber mais de 150 chefes de Estado. Ela afirmou que nós não chegaremos diminuídos a essa reunião - chegaremos altivos e o Brasil continuará tendo um protagonismo na questão do clima", afirmou Minc.

Para o ex-ministro, a repercussão provocada pela aprovação do novo Código deve facilitar as negociações no Senado pela alteração de pontos polêmicos da lei, como a flexibilização das regras de proteção às reservas legais. "Em vista desse clamor nacional e até internacional, acredito que o Senado deve melhorar esse desastre ecológico aprovado na Câmara", disse.

Minc também dá como certo o veto de Dilma à emenda 164, que garante anistia a desmatamentos feitos antes de julho de 2008. Temendo a derrubada do veto pelo Congresso, a presidente já admite entrar na Justiça contra a medida, mas Minc avalia que "os ruralistas não têm, de jeito nenhum", o número de votos necessários para reverter a decisão do Executivo.

Acompanhe tudo sobre:Código florestalGoverno DilmaMeio ambiente

Mais de Mundo

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde

Cristina Kirchner perde aposentadoria vitalícia após condenação por corrupção

Justiça de Nova York multa a casa de leilões Sotheby's em R$ 36 milhões por fraude fiscal

Xi Jinping inaugura megaporto de US$ 1,3 bilhão no Peru