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Finalmente, Biden pode começar a transição de governo nos EUA

Três semanas após a eleição, órgão da presidência americana deu autorização para que Joe Biden comece oficialmente sua transição, até então bloqueada

Joe Biden: presidente eleito deve anunciar nomes do gabinete nesta terça-feira (Mike Segar/Reuters)

Joe Biden: presidente eleito deve anunciar nomes do gabinete nesta terça-feira (Mike Segar/Reuters)

KS

Karina Souza

Publicado em 23 de novembro de 2020 às 20h58.

Última atualização em 24 de novembro de 2020 às 08h27.

Depois de acusações a respeito de fraudes nas eleições nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump está perdendo no cabo de guerra para segurar a presidência em suas mãos.

Nesta segunda-feira, a Administração Geral de Serviços (GSA, na sigla em inglês) deu autorização ao presidente eleito Joe Biden para que ele comece a transição formal do governo -- o que inclui orçamento de milhões de dólares para o governo em transição e acesso a documentos sigilosos, que até então estavam bloqueados.

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A GSA, que faz parte do governo e é em última instância comandada por Trump, estava bloqueando a transição até agora. Biden vinha fazendo o processo de forma paralela, algo inédito na história recente americana.

O movimento acontece após o estado do Michigan declarar a vitória a Biden, também nesta segunda-feira. O Michigan, onde Biden venceu por cerca de 150.000 votos (mais do que o próprio Trump em 2016), é um dos estados onde a campanha republicana contesta os resultados.

Outros estados americanos têm anúncios de resultado previstos para esta semana. Embora ainda caibam recursos, as confirmações diminuem as chances de que o resultado da eleição se altere.

Pelos dados informados pelos estados à imprensa durante a apuração, Biden teve 306 votos no colégio eleitoral, contra 232 do presidente Donald Trump. A confirmação do resultado às autoridades, semanas depois da eleição, costuma ser apenas protocolar. Após esse processo, o resultado será efetivamente confirmado na reunião do colégio eleitoral, em dezembro, e a posse de Biden acontece em 20 de janeiro. 

Anúncio do novo gabinete

Também é aguardado para esta terça-feira o anúncio de Biden sobre seu novo gabinete. Um dos nomes cotados que empolgam os investidores é o de Janet Yellen, ex-presidente do Fed, banco central americano, ventilada para secretária do Tesouro.

Yellen seria a primeira mulher no cargo na história. Para o Brasil, outro nome importante, se confirmado, é o do ex-secretário de Estado John Kerry na frente dedicada a mudanças climáticas, um tema que pode levar a debates entre os dois países.

Como secretário de Estado, o nome provável é do experiente diplomata Antony Blinken, que deve retomar negociações multilaterais e a proximidade com aliados tradicionais americanos, como os países europeus. Blinken, de 58 anos, é um dos principais colaboradores do democrata para política externa e foi o número dois do Departamento de Estado durante o governo de Barack Obama, quando Biden era vice-presidente.

Em seu Twitter, o presidente Donald Trump também falou sobre a transição de Biden e disse que a autorização da GSA para o processo não significa que ele irá parar de questionar o resultado da eleição.

De acordo com informações da CNN americana, que teve acesso ao documento enviado pela GSA à equipe de Biden, a carta autorizando a transição foi assinada por Emily Murphy, advogada do órgão. Fontes haviam afirmado anteriormente à CNN que Emily não estava confortável com o imbróglio estabelecido entre Trump e Biden. Um amigo chegou a dizer que ela estava "com medo" dada a falta de precedente claro para um caso como este.

Nesta segunda-feira, Murphy afirmou que não sofreu nenhum tipo de pressão da Casa Branca para atrasar esse comunicado, mas que o fez por decisão própria e independente, baseada nos fatos que constatou até agora.


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