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Final feliz para menino escondido em mala para chegar à Europa

Seu pai foi condenado a uma pequena multa e sua família poderá viver reunida na Espanha

Menino escondido em mala: ação foi uma tentativa de atravessar a fronteira sul da Europa em 2015; seu pai foi condenado a uma pequena multa e sua família poderá viver reunida na Espanha (Reuters/Reuters)

Menino escondido em mala: ação foi uma tentativa de atravessar a fronteira sul da Europa em 2015; seu pai foi condenado a uma pequena multa e sua família poderá viver reunida na Espanha (Reuters/Reuters)

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AFP

Publicado em 20 de fevereiro de 2018 às 15h43.

A história do menino marfinense escondido em uma mala para tentar atravessar a fronteira sul da Europa em 2015 teve um final feliz nesta terça-feira em Ceuta: seu pai foi condenado a uma pequena multa e sua família poderá viver reunida na Espanha.

"Tudo acabou, vamos começar a reviver, todos juntos, minha esposa, minha filha, meu filho e eu em Bilbao", no norte da Espanha, reagiu Ali Ouattara, aliviado, na saída da audiência.

Em 7 de maio de 2015, em um posto de fronteira em Ceuta, uma mala rosa arrastada com dificuldade por uma jovem marroquina foi submetida ao controle por scanner.

Os guardas descobriram na tela a silhueta de uma criança em posição fetal: algo jamais visto neste posto de controle da cidade autônoma espanhola de Ceuta - no norte de Marrocos - representando uma das duas fronteiras terrestres entre a África e um território da União Europeia.

A promotoria havia solicitado inicialmente três anos de prisão contra o pai do menino, Ali Ouattara, de 45 anos.

"A vida da criança foi colocada em perigo, encolhido em uma mala pequena sem ventilação", declarou o presidente do tribunal, Fernando Teson, resumindo um argumento da acusação.

No entanto, o Ministério Público só requisitou uma multa, constatando que a audiência não havia provado que o réu "sabia como seu filho seria introduzido no país".

Os três juízes o condenaram a uma multa de € 92, levando em conta o fato de ter passado um mês em prisão preventiva.

Eles tomaram sua decisão muito rapidamente depois de ouvir a criança - de 10 anos -, a quem fizeram sentar-se perto deles.

- "Quem colocou você na mala?", perguntou a tradutora das perguntas do promotor.

- "Uma menina marroquina", respondeu Adou em francês.

- "Você respirava bem?"

- "Não muito bem".

Os magistrados obviamente não quiseram assediar a criança que sonhava em juntar-se a seus pais na Espanha e pedia a liberdade de seu pai.

- "Como ele disse que você cruzaria a fronteira?"

- "De carro", afirmou, acrescentando que seu pai não havia falado sobre uma mala.

- Reencontro familiar-

A história "da criança da mala" se espalhou rapidamente pelo mundo: uma tentativa desesperada de reagrupamento familiar clandestino em um momento de grandes migrações ao redor do mundo.

E, como plano de fundo, um enclave espanhol que os migrantes tentam todas as semanas alcançar arriscando suas vidas, escalando a cerca,escondendo-se perigosamente em todos os tipos de veículos.

Ex-professor de filosofia e francês em Abidjan, Ali chegou à Espanha em 2006 de forma ilegal a bordo de um barco improvisado.

Sua Costa do Marfim estava em plena crise político-militar.

Ele teve a chance de se instalar no arquipélago espanhol das Canárias, mas demorou anos para obter uma autorização de residência, um emprego estável e habitação.

Conseguiu trazer legalmente a esposa e a filha, mas não o mais novo, porque faltava "56 euros por mês" para conseguir o rendimento exigido pela administração espanhola.

Ali afirmou ter pago 5.000 euros a uma rede de contrabandistas que inicialmente alegou que a criança viria facilmente, com um visto temporário, diretamente de avião de Abidjan para Madri.

O advogado do réu, Juan Isidro Fernandez, argumentou que, uma vez que sua avó paterna morreu em Abidjan, Adou encontrou-se sozinho na Costa do Marfim, com seu irmão de 18 anos não podia cuidar dele.

Quanto à jovem que carregava a mala, continua sendo procurada pela justiça, de acordo com o tribunal.

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