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Fim do euro depreciaria em até 58% moedas do bloco

A moeda da Alemanha seria a única da região a registrar uma pequena valorização frente ao nível de negociação atual do euro

Já as moedas da Grécia e de Portugal se negociadas de forma independente do euro, registrariam uma desvalorização imediata de 58% e 47%, respectivamente (Vladimir Rys/Getty Images)

Já as moedas da Grécia e de Portugal se negociadas de forma independente do euro, registrariam uma desvalorização imediata de 58% e 47%, respectivamente (Vladimir Rys/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 6 de dezembro de 2011 às 06h18.

São Paulo - Uma ruptura do euro levaria a uma desvalorização das moedas em 16 das 17 nações que compõem atualmente o bloco, conforme um estudo feito pela corretora japonesa Nomura Securities. A moeda da Alemanha seria a única da zona do euro a registrar uma pequena valorização frente ao nível de negociação atual da moeda comum em relação ao dólar, de US$ 1,34 por euro. Já as moedas da Grécia e de Portugal se negociadas de forma independente do euro, registrariam uma desvalorização imediata de 58% e 47%, respectivamente. A nova moeda da Espanha perderia 36% frente ao nível atual do euro em relação ao dólar e a moeda da Itália teria uma desvalorização de 27%.

"O risco de uma ruptura da zona do euro aumentou nos últimos meses", afirma o estrategista chefe de câmbio da Nomura Securities em Nova York, Jens Nordvig, no levantamento enviado ontem a clientes. "Os investidores que detêm ativos e obrigações em euro enfrentam o risco de uma redenominação das moedas desses contratos em novas moedas nacionais", explicou.

Para quantificar a magnitude da desvalorização das novas moedas no cenário de ruptura completa do euro, Nordvig levou em conta fatores como o desalinhamento atual da taxa de câmbio real e o risco de inflação futura. Esse cálculo quantificou a depreciação no médio prazo associada com a redenominação dos contratos nas novas moedas nacionais.

"Vemos essas estimativas como um parâmetro inicial dentro do qual essas moedas seriam negociadas num `novo equilíbrio' depois de um período de transição potencialmente longo e extremamente volátil", explicou Nordvig na nota a clientes. O analista da Nomura lembrou que o peso argentino desvalorizou-se 72% em termos nominais nos cinco meses que se seguiram após a deflagração da crise cambial do país. "Reconhecemos que as dinâmicas de curto prazo podem resultar em 'undershooting' significativo em relação às nossas estimativas".

O valor justo após a ruptura, por exemplo, resultaria em cada dólar sendo trocado por apenas 57 centavos da nova divisa grega e 71 centavos da nova moeda portuguesa, comparado com o atual 1,34 dólar para cada euro. Já para a nova moeda da Alemanha, seria necessário 1,36 dólar. Essa estimativa inicial também não leva em conta elementos inesperados como a implementação de controle de capitais, instabilidade política e colapso do sistema bancário que podem ocorrer depois de uma crise cambial e uma forte desvalorização.

"Nossa análise de aspectos legais do risco de redenominação também mostra que esse risco é elevado no que toca às obrigações regidas por leis locais na maioria dos cenários de ruptura da zona do euro e também de risco significativo para algumas obrigações regidas por leis estrangeiras", explicou o analista. "A combinação de elevado risco de redenominação cambial dos contratos e o potencial significativo de depreciação no cenário de ruptura do euro deverá impactar o prêmio de risco de alguns ativos desde já", disse Nordvig. Para ele, essa nova camada de incerteza já irá afetar o sentimento dos investidores em relação aos ativos denominados em euro e a própria cotação da moeda nos próximos meses.

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