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Fim da ajuda dos EUA para programas de HIV "coloca milhões de vidas em risco", diz OMS

Organização prevê que interrupção nos repasses pode causar aumento de infecções e mortes e com isso, retroceder progresso conquistado nas últimas décadas

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 29 de janeiro de 2025 às 08h06.

Última atualização em 29 de janeiro de 2025 às 08h11.

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou nesta quarta-feira, 29, que milhões de vidas estarão em risco por conta da decisão do novo governo dos Estados Unidos de interromper seus programas de distribuição de medicamentos para pessoas com HIV em países em desenvolvimento.

"Uma interrupção repentina e prolongada desses programas não permitirá uma transição controlada e colocará milhões de vidas em risco", disse a OMS em um comunicado, ressaltando que os programas dos EUA, chamados PEPFAR, oferecem tratamento a 20 milhões de pessoas em todo o mundo, incluindo 566.000 crianças.

O fim dos programas PEPFAR (sigla em inglês para Plano Presidencial de Emergência para o Alívio da Aids), desenvolvidos em 50 países, "poderia levar ao aumento de infecções e mortes, acabar com décadas de progresso e virtualmente devolver o mundo às décadas de 1980 e 1990, quando milhões de pessoas morriam de aids todos os anos no mundo", advertiu.

Interromper os programas de combate ao HIV "prejudicará os esforços para prevenir a transmissão do vírus em países e comunidades", acrescentou a agência de saúde da ONU.

O governo Trump ordenou o fim da distribuição de medicamentos para HIV comprados com ajuda humanitária dos EUA, mesmo que as compras já tenham sido feitas e os tratamentos estejam disponíveis em centros de saúde.

A diretriz faz parte do plano de congelamento da ajuda externa iniciado na semana passada por Trump, que em seu primeiro dia de mandato também ordenou que os Estados Unidos deixassem a OMS, algo que já havia sido iniciado em seu primeiro mandato, mas não se concretizou aquela ocasião devido à chegada de Joe Biden à presidência.

Atualmente, há quase 40 milhões de pessoas soropositivas no mundo, e mais de 30 milhões dependem desse tipo de programa de financiamento em países em desenvolvimento para pagar seus tratamentos com antirretrovirais e outros medicamentos.

Em 2023, o último ano para o qual existem dados completos disponíveis, 1,3 milhão de pessoas contraíram o vírus do HIV e cerca de 630 mil pessoas, 40 mil a menos do que em 2022, morreram de doenças relacionadas com a aids, uma doença que em 40 anos causou a morte de mais de mais de 40 milhões de pessoas.

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