François Fillon: informação foi confirmada pelos advogados de Fillon a veículos de imprensa franceses (Christian Hartmann/Reuters)
EFE
Publicado em 14 de março de 2017 às 11h46.
Última atualização em 14 de março de 2017 às 13h06.
Paris - O candidato conservador à presidência da França, François Fillon, foi acusado nesta terça-feira de desvio de fundos públicos no caso dos supostos empregos falsos atribuídos à esposa e aos filhos, revelou o jornal "Le Canard enchainé".
Fillon compareceu de surpresa perante os juízes de instrução. A previsão era que isso acontecesse amanhã, mas sua apresentação foi antecipada "para poder acontecer em condições de serenidade", disse à imprensa o advogado de defesa, Antonin Lévy.
O candidato foi acusado de desvio de verba; cumplicidade, receptação e uso indevido de bens sociais; e por faltar com suas obrigações na Declaração da Alta Autoridade para a transparência da vida pública.
Hoje foi divulgado que Fillon, investigado por empregar sua mulher e a dois de seus filhos como assistentes parlamentares, recebeu parte do dinheiro pago aos filhos.
O jornal "Le Parisien" revelou que os juízes instrutores têm provas e depoimentos dos dois filhos - Marie e Charles - sobre o dinheiro que eles passaram ao pai em diversas transações bancárias após receberam como assistentes.
Marie entregou ao pai 33 mil (R$ 111 mil) dos 46 mil euros (R$ 154 mil) que recebeu pelo contrato de ajudante de François Fillon entre outubro de 2005 e final de 2006.
Em seu interrogatório, ela justificou as transferências como reembolsos das despesas que o pai tinha feito para seu casamento, que aconteceu em 26 de agosto de 2006.
Já Charles, que sucedeu a irmã como assistente do pai quando ele era senador - entre janeiro e junho de 2007 -, também fez transferências ao líder da direita de cerca de 30% do salário recebido.
No depoimento do mês passado, ele disse que François Fillon pagava parte de seu aluguel e suas despesas e é "normal" devolver isso.