François Fillon: ex-primeiro-ministro, de 62 anos, disse que fará um pronunciamento ainda nesta quarta-feira (Christian Hartmann/Reuters)
Reuters
Publicado em 1 de março de 2017 às 08h55.
Última atualização em 1 de março de 2017 às 09h36.
Paris - O candidato presidencial francês conservador, François Fillon, cancelou abruptamente um evento de campanha de grande destaque nesta quarta-feira, depois que um jornal noticiou que ele fora convocado por magistrados que investigam um escândalo de suposto trabalho falso envolvendo sua esposa.
Fillon estava reunido com autoridades de alto escalão de seu partido, e não houve confirmação da reportagem do diário Journal du Dimanche.
O ex-primeiro-ministro, de 62 anos, disse que fará um pronunciamento ainda nesta quarta-feira. Uma fonte próxima de Alain Juppé, que Fillon derrotou nas prévias do partido Os Republicanos, disse que ele estará ao lado de Fillon no pronunciamento.
Há semanas a campanha de Fillon vem sendo alvo de alegações de que ele usou dinheiro público para pagar centenas de milhares de euros para sua esposa, Penelope, atuar como sua assessora parlamentar, mas que ela na verdade trabalhou muito pouco. Ele nega qualquer irregularidade e afirma tê-la empregado devidamente.
Juppé, também ex-premiê, já descartou concorrer se Fillon, a certa altura o favorito na corrida presidencial, for obrigado a abandonar a disputa.
A diferença entre o rendimento dos títulos franceses e alemães se estreitou brevemente nesta quarta-feira e chegou a cerca de 66 pontos-base, mas a reação do mercado foi em geral contida, já que as implicações para a eleição de dois turnos em 23 de abril e 7 de maio ainda não estão claras.
A investigação de Fillon e sua esposa perturbou os investidores, que temem que os problemas de campanha do conservador tenha dado à candidata antieuro e anti-imigração Marine Le Pen, da Frente Nacional, uma chance maior de conquistar a presidência - mas pesquisas de opinião levam a crer que ela perderá o segundo turno para o centrista Emmanuel Macron.
Um jornalista do site investigativo francês Mediapart relatou que Penelope Fillon estava sob custódia da polícia para ser interrogada, mas mais tarde divulgou uma correção dizendo que a informação foi negada por uma fonte judicial.