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Filipinas votam em plebiscito a autonomia de região muçulmana

O pacto prevê a criação de uma força de segurança, de um parlamento e de um sistema de justiça em Bangsamoro

Filipinas: o conflito separatista já dura cinco décadas (Marconi B. Navales/Reuters)

Filipinas: o conflito separatista já dura cinco décadas (Marconi B. Navales/Reuters)

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EFE

Publicado em 21 de janeiro de 2019 às 09h53.

Cotabato - Milhares de filipinos da comunidade de maioria muçulmana do sul do país votam nesta segunda-feira em um plebiscito que visa dar mais autonomia à região e encerrar assim um conflito separatista que dura cinco décadas.

A votação transcorre com normalidade apesar de alguns incidentes registrados pelas autoridades. Desde o início da manhã, dezenas de pessoas faziam fila nas seções eleitorais de Cotabato, cidade que se tornaria a capital da nova região, batizada como Bangsamoro.

O diretor regional da Comissão Eleitoral das Filipinas, Ray Sumalipao, disse que 24 seções abriram com três horas de atraso porque as pessoas encarregadas de levar as urnas até o local receberam ameaças por mensagens telefônicas na noite de ontem.

Em Cotabato, peritos da polícia detonaram de forma controlada uma granada que foi encontrada no início da manhã em um local de votação. No entanto, as autoridades do país não esclareceram se o incidente tem relação com o plebiscito.

A votação está prevista na Lei de Autonomia de Bangsamoro, assinada pelo presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, em julho do ano passado. O projeto implementa o acordo de paz firmado em 2014 entre a Frente Moro de Libertação Islâmica (FMLI) e o governo do ex-presidente Benigno Aquino.

A FMLI, maior grupo rebelde muçulmano do país, renunciou à luta armada pela independência no acordo em troca de comandar a nova região, que terá autonomia fiscal em relação ao governo central.

O pacto também prevê a criação de uma força de segurança, de um parlamento e de um sistema de justiça que contemplará preceitos islâmicos em Bangsamoro.

Cerca de 2,1 milhões de filipinos estão aptos a votar nas províncias de Basilán, Lanao do Sul, Maguindanao, Sulu e Tawi-Tawi, que formam a Reunião Autonôma do Mindanao Muçulmano (ARMM).

Caso os filipinos votem pela formação da região de Bangsamoro, também farão parte da região as cidades de Cotabato e Isabela, que em 1996 votaram para ficar de fora da ARMM.

No dia 6 de fevereiro, os filipinos voltam às urnas para decidir se a província de Lanao do Norte, de 600 mil habitantes, também será incluída em Bangsamoro.

O governo das Filipinas colocou cerca de 20 mil militares e agentes da Polícia Nacional nas ruas para prevenir incidentes durante a votação de hoje.

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