Hosni Mubarak: causa é relacionada com a venda de um terreno estatal a um preço inferior ao do mercado (Egyptian TV/AFP)
Da Redação
Publicado em 19 de dezembro de 2013 às 12h34.
Cairo - O Tribunal Penal do Cairo absolveu nesta quinta-feira os filhos do ex-presidente Hosni Mubarak, Alaa e Gamal, e o ex-primeiro-ministro Ahmed Shafiq em um caso de corrupção, informaram à Agência Efe fontes judiciais.
A causa é relacionada com a venda de um terreno estatal de 40 mil metros quadrados situado na província de Ismailiya (nordeste) a um preço inferior ao do mercado.
A decisão judicial propícia a altos cargos do regime de Mubarak acontece no dia seguinte à ordem da Procuradoria de julgar o deposto presidente Mohammed Mursi e um grande número de dirigentes islamitas por supostamente colaborar com organizações estrangeiras.
Shafiq, último primeiro-ministro de Mubarak e candidato presidencial nas eleições de 2012, foi julgado à revelia, já que se encontra nos Emirados Árabes Unidos desde o ano passado, antes que fosse ditada uma ordem de prisão preventiva contra sua pessoa por este caso.
Por sua vez, Alaa e Gamal Mubarak estão presos na prisão cairota de Tora e têm outras causas pendentes por casos de corrupção, como a venda de gás a Israel a um preço também inferior ao do mercado.
O ex-deputado Esam Sultan denunciou Shafiq por ter vendido de modo ilegal em 1993, durante o mandato de Mubarak, o terreno do setor da Aviação aos filhos do então presidente.
A venda aconteceu quando Shafiq era chefe da Assembleia de Pilotos e membro da Comissão de Terra dos Pilotos, encarregada de distribuir terrenos e fixar seus preços.
Shafiq foi absolvido em abril de outra trama de corrupção que afetou também o setor da Aviação, do qual foi ministro na época de Mubarak.
O caso se referia à distribuição ilegal de terras estatais a uma empresa sem oferecê-las antes a licitação pública.
Na maioria dos processos o regime de Mubarak está sendo absolvido das acusações de corrupção de que foram acusados após a revolução que derrubou o líder em fevereiro de 2011.