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Filhos de Kadafi se dividem entre resistência e rendição

Seif al Islam advertiu ainda os rebeldes contra qualquer tentativa de ataque a Sirte, terra natal de Kadhafi, onde os esperam "20 mil homens armados"

Os rebeldes disseram ter capturado Seif al-Islam, mas ele reapareceu em Trípoli (Dario Lopez-Mills/AFP)

Os rebeldes disseram ter capturado Seif al-Islam, mas ele reapareceu em Trípoli (Dario Lopez-Mills/AFP)

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Da Redação

Publicado em 31 de agosto de 2011 às 20h35.

São Paulo - Um dos filhos de Muammar Kadhafi, Seif al Islam, convocou nesta quarta-feira o povo líbio a resistir, enquanto seu irmão Saadi afirmava a disposição de se render, o que deixa claro a divisão do clã.

"Estou em um subúrbio de Trípoli. A resistência continua e a vitória está próxima", disse Seif al Islam, procurado pelos rebeldes líbios, em uma mensagem de áudio transmitida hoje pela TV Arrai, com sede em Damasco.

"Cada líbio é Muammar Kadhafi, cada líbio é Seif al Islam (...) Combatam o inimigo onde quer que se encontre", disse Seif al Islam, ao garantir que seu pai "está bem".

Seif al Islam advertiu ainda os rebeldes contra qualquer tentativa de ataque a Sirte, terra natal de Kadhafi, onde os esperam "20 mil homens armados".

Já seu irmão Saadi adotou um tom diferente, chamando de "irmãos" os rebeldes e afirmando estar disposto a se render para "deter o derramamento de sangue", em declarações ao canal de TV Al Arabiya.

Saadi "está pensando" na rendição, mas desde que "haja garantia de sua segurança", revelou o vice-presidente do Conselho Militar dos rebeldes, Mehdi Harati.

Parte da família de Kadhafi já fugiu para a Argélia, incluindo seus filhos Mohamed e Aníbal, e a filha Aisha, mas o ditador líbio continua desaparecido.


Para o Conselho Nacional de Transição (CNT), Muammar Kadhafi ainda está muito provavelmente na Líbia e segundo um de seus membros, Ahmad Darrad, pode ser morto se não se render. Há uma recompensa pelo ditador de 1,7 milhão de dólares, "vivo ou morto".

O ministro das Relações Exteriores do regime de Kadhafi, Abdelati al-Obeidi, foi preso hoje, informou Harati.

Segundo Mohammed Elkish, responsável pelo contato com a imprensa do Conselho Nacional de Transição (CNT), Al-Obeidi foi detido na região de Janzur, subúrbio oeste de Trípoli.

Al-Obeidi assumiu o ministério das Relações Exteriores no dia 31 de março, após a deserção de Mussa Kussa, que se refugiou no Reino Unido.

Nesta quarta-feira, os rebeldes e as tropas de Kadhafi se enfrentaram na estrada entre Zliten, a leste de Trípoli, e Bani Walid, 70 km mais ao sul, onde o ditador poderia estar escondido.

A Otan informou que acentuou seus bombardeios sobre Sirte, assim como sobre Bani Walid.

Kadhafi conserva certa capacidade para "comandar e controlar tropas e seus movimentos", revelou o porta-voz das operações da Otan na Líbia, Roland Lavoie.

Segundo o jornal El Watan, Kadhafi tentou negociar com as autoridades argelinas sua entrada na Argélia a partir da pequena cidade fronteiriça líbia de Ghadames, onde estaria com membros de sua família.

Citando fontes próximas à presidência argelina, o jornal francófono escreveu que Kadhafi "tentou contatar por telefone o presidente Abdelaziz Buteflika, que teria se recusado a atendê-lo".

A Argélia anunciou ter autorizado a entrada em seu território de três filhos de Kadhafi, Mohammed, Aníbal e Aisha, que deu à luz um bebê no domingo.

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