Filho de uma testemunha-chave do caso Odebrecht na Colômbia morreu envenenado com cianeto (Paulo Whitaker/Reuters)
AFP
Publicado em 14 de novembro de 2018 às 09h14.
Última atualização em 14 de novembro de 2018 às 09h18.
O filho de uma testemunha-chave do caso Odebrecht na Colômbia morreu envenenado com cianeto, dias depois do falecimento de seu pai, aparentemente por infarto, informou nesta terça-feira a procuradoria.
Pai e filho morreram entre quinta-feira e domingo, e a autopsia de Alejandro Pizano revelou seu envenenamento.
"As provas (...) indicam que a vítima foi exposta ao cianeto ao beber água em uma garrafa que estava no escritório de seu pai", informou a procuradoria.
Pessoas próximas à família informaram à procuradoria que após beber da garrafa, Pizano disse que sentiu um gosto amargo e minutos depois apresentou uma forte dor estomacal, morrendo a caminho do hospital.
Alejandro acabara de chegar da Espanha para assistir ao enterro de seu pai, Jorge Enrique Pizano, ex-auditor financeiro da empresa associada à Odebrecht para a construção da Estrada do Sol II, que liga o centro ao norte do país.
Jorge Enrique Pizano era uma testemunha-chave do caso envolvendo os subornos pagos pela Odebrecht para conquistar a obra milionária.
O ex-auditor sofria de câncer e sua morte havia sido atribuída a um infarto, mas o envenenamento do filho levou a promotoria a investigar os fatos.
Um canal de notícias revelou na segunda-feira que Pizano deixou informações - para o caso de falecer ou receber proteção no exterior - de que o atual procurador-geral da Nação, Néstor Humberto Martínez, sabia desde 2013, antes de chegar ao cargo, do esquema de corrupção da Odebrecht no país.
Em um vídeo gravado em 9 de agosto, Pizano diz que "os fatos e as verdades estão chegando à tona e mostrando como realmente existe um complô contra minha integridade como pessoa".
Em meados de outubro, o procurador encarregado do caso, Amparo Cerón, sofreu um acidente de trânsito durante suas férias e passou vários dias na UTI, ficando impedido de retornar à investigação.