Peru: Keiko e outras 19 pessoas vão ficar detidas por dez dias (LatinContent/Getty Images)
EFE
Publicado em 10 de outubro de 2018 às 15h20.
Lima - A líder do partido opositor peruano Força Popular, Keiko Fujimori, foi detida nesta quarta-feira por ordem do juiz Richard Concepción Carhuancho, a pedido da Promotoria Especializada em Lavagem de Dinheiro do Peru.
Imagens do "Canal N" de televisão mostraram como Keiko foi detida após comparecer ao tribunal para ser interrogada dentro de uma investigação por suposta lavagem de dinheiro junto com seu marido, o americano Mark Vito, que não foi detido.
O juiz Richard Concepción Carhuancho aceitou o pedido da promotoria e ordenou uma "detenção preliminar" durante dez dias para Keiko e outras 19 pessoas, entre elas os ex-ministros Jaime Yoshiyama, Augusto Bedoya e supostos intermediários em pagamentos da Odebrecht à campanha eleitoral de Keiko.
A resolução judicial detalhou que a decisão foi tomada devido à evidência "grave (de) perigo de fuga de parte de Keiko Sofía Fujimori Higuchi, porque constituiu uma organização criminosa no interior do partido político Força 2011 (hoje Força Popular)".
Ainda segundo a decisão judicial, essa suposta organização criminosa "tinha como objetivo obter poder político e, por consequência, ter um nível de influência e interferência no Poder Legislativo e no Poder Judiciário".
A advogada da política, Giuliana Loza, confirmou sua detenção e disse que se trata de "uma resolução arbitrária e abusiva", porque sua cliente tinha comparecido ao tribunal em "estrito cumprimento" das ordens judiciais.
"É uma resolução que não tem sustentação alguma, sem argumento algum", enfatizou a advogada em declarações ao "Canal N", antes de acrescentar que se trata de "uma medida sem fundamento" porque se baseia no fato de Keiko ser a líder do partido Força Popular.
Além disso, Loza disse que estão sendo realizados os trâmites regulamentares da ordem de detenção, o que implica a transferência de Keiko para a sede da Direção de Investigação Criminal (Dirincri) da Polícia Nacional, no centro histórico de Lima.
Keiko e Vito são investigados por lavagem de dinheiro pelas contribuições econômicas recebidas por suas campanhas eleitorais em 2011 e 2016, que incluem receitas recebidas em supostos coquetéis e financiamento irregular da Odebrecht.
Tanto Marcelo Odebrecht como seu ex-representante no Peru, Jorge Barata, disse aos promotores peruanos que a construtora forneceu recursos para a campanha de Keiko, que negou reiteradamente ter recebido esse dinheiro.