Novas regras na Fifa: outra medida será o fim do Comitê Executivo, hoje composto por 24 pessoas e que é o verdadeiro governo do futebol mundial (FABRICE COFFRINI/AFP)
Da Redação
Publicado em 20 de outubro de 2015 às 09h36.
Zurique - Vivendo sua pior crise da história, a Fifa apresenta uma reforma completa de sua constituição, criando até mesmo limite de idade para dirigentes, a publicação de seus salários e o fim do Comitê Executivo.
A entidade colocará a proposta a votação em fevereiro, na maior mudança na organização em 111 anos. Nesta terça, a Fifa se reuniu pela primeira vez desde 1998 sem Joseph Blatter.
Na agenda, o debate da mais completa revisão das regras da entidade que foi alvo de um golpe duro de polícias pelo mundo por causa de corrupção.
Pela proposta, dirigentes não poderão ficar mais de doze anos como presidente da Fifa. A idade máxima para um cartola seria de 74 anos e ele seria obrigado a divulgar seu salário mensal. Os autores da mudança querem o fim de reinados, como o de João Havelange, de 24 anos, e de Blatter, de 17 anos.
Outra medida será o fim do Comitê Executivo, hoje composto por 24 pessoas e que é o verdadeiro governo do futebol mundial. A partir de 2016, a Fifa terá apenas um Conselho, com membros eleitos por todas as 209 federações nacionais. Todos ainda teriam de passar por um exame de suas integridades, uma espécie de "Ficha Limpa", com verificações se contam ou não com investigações contra eles.
Ao Conselho seria adicionado um Comitê Técnico, o que permitiria separar o lado político da gestão administrativa da entidade. A meta é uma organização mais "transparente".
Haveria ainda um comitê independente que teria o controle sobre as finanças da Fifa e com a função de elaborar orçamentos. A proposta também fala em uma auditoria totalmente independente da estrutura da entidade.
DINHEIRO - Outra medida anunciada é a publicação de todos os salários na Fifa, do presidente ao seus dirigentes e funcionários, inclusive do secretário-geral.
Os vencimentos terão de ser aprovados por auditorias independentes. O grupo ainda pede uma mudança profunda na cultura da organização, apelando para "humildade, responsabilidade e respeito".