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Fifa é cobrada a punir ataques racistas de russos em jogo com França

Torcedores teriam ofendido jogadores negros da seleção francesa ao longo do amistoso nesta terça-feira, em São Petersburgo

Amistoso: os franceses venceram por 3 a 1 (Anton Vaganov/Reuters)

Amistoso: os franceses venceram por 3 a 1 (Anton Vaganov/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de março de 2018 às 11h33.

São Petersburgo - Entidades que combatem o racismo e uma ministra francesa cobraram a Fifa nesta quarta-feira devido a manifestações racistas por parte da torcida russa no amistoso com a França, na terça.

Os torcedores teriam ofendido jogadores negros da seleção rival, caso do meia Paul Pogba, ao longo da partida vencida pelos franceses por 3 a 1, em São Petersburgo.

Segundo a agência de notícias Associated Press, os gritos que imitavam macacos podiam ser ouvidos claramente na arquibancada toda vez que um jogador negro francês tocava na bola. Era possível até ouvir as manifestações racistas na transmissão de televisão após o gol marcado por Pogba.

"Há o suficiente para que a Fifa inicie os procedimentos [de investigação]", afirmou Piara Powar, presidente do grupo Fare Network, que luta contra a discriminação. A entidade costuma ajudar a Fifa na investigação de casos de racismo no futebol. "Se os fotógrafos em campo conseguiram ouvir as manifestações racistas, deve haver algum segurança ou oficial do jogo que também ouviu."

Para Powar, a eventual falta de ação da Fifa causa preocupação às vésperas da Copa do Mundo. "Se no fim de março, este pessoal não sabe o que fazer [nestes casos] e não abre procedimentos investigativos e protocolos que já existem, isso não traz boa expectativa para a Copa do Mundo", declarou.

O episódio também gerou uma resposta da ministra do Esporte da França. Nas redes sociais, Laura Flessel cobrou ação da Fifa. "O racismo não pode ter espaço no campo de futebol. Devemos agir juntos, em nível europeu e internacionalmente, par interromper este comportamento intolerável", afirmou a francesa.

O caso acontece a menos de três meses do início da Copa do Mundo, no dia 14 de junho. Trata-se do terceiro caso de racismo na temporada no mesmo estádio de São Petersburgo, que receberá uma das semifinais do Mundial. Antes o Zenit St. Petersburg enfrentou duas denúncias por situações semelhantes em jogos da Liga Europa.

Em uma delas, em dezembro, o time russo foi multado porque um torcedor exibiu uma faixa que elogiava Ratko Mladic, ex-militar sérvio, responsável pelo Massacre de Srebrenica, em julho de 1995, que resultou na morte de oito mil muçulmanos bósnios.

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