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Fidel: EUA e Otan fazem 'dança macabra de cinismo' na Líbia

Líder cubano considera que organização poderá intervir no país para garantir o controle da produção de petróleo

Para Fidel, a política dos EUA no Oriente Médio "entrou em crise" (Jorge Rey/Getty Images)

Para Fidel, a política dos EUA no Oriente Médio "entrou em crise" (Jorge Rey/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 24 de fevereiro de 2011 às 19h28.

Havana - O líder cubano Fidel Castro denunciou nesta quinta-feira que os Estados Unidos e a Otan fazem uma "dança macabra de cinismo" ao incentivarem uma guerra civil na Líbia em busca do controle do petróleo.

"Nada teria de estranho a intervenção militar na Líbia, com o que, além disso, garantiria à Europa quase dois milhões de barris diários do petróleo leve", indica Fidel, em seu segundo artigo sobre o tema.

Essa intervenção militar pode acontecer "se antes não ocorrerem fatos que ponham fim à chefatura ou à vida de Kadhafi", alertou.

Para Fidel, que conheceu pessoalmente Kadhafi quando visitou a Líbia em maio de 2001, o que acontece nesse país é uma guerra civil na qual "ninguém no mundo jamais ficará de acordo com a morte de civis indefesos".

"A política de saque promovida pelos Estados Unidos e seus aliados da Otan no Oriente Médio entrou em crise", afirmou ainda.

Segundo ele, o papel do presidente Barack Obama nesta crise é "bastante complicado".

"Qual será a reação do mundo árabe e muçulmano se o sangue nesse país for derramado em abundância com essa aventura? Deterá uma intervenção da Otan na Líbia a onda revolucionária desatada no Egito?", questiona Fidel.

Na terça-feira, Fidel advertiu que os Estados Unidos não hesitarão em ordenar que a Otan invada a Líbia para controlar o petróleo e colocou em dúvida a veracidade das informações que descrevem uma sangrenta repressão ordenada pelo governo Kadhafi.

"Para mim é claramente evidente que o governo dos Estados Unidos não se preocupa em absoluto com a paz na Líbia, e não vacilará em dar à Otan a ordem de invadir este rico país, talvez em questão de horas ou em alguns dias", escreveu o líder cubano em mais um artigo de opinião.

Fidel diz ainda que é preciso esperar para saber "o quanto há de verdade ou mentira" nas informações sobre os acontecimentos na Líbia, onde, segundo as ONGs, entre 200 e 400 pessoas teriam morrido nos últimos dias nas repressão do regime Kadhafi.

Fidel classificou ainda de "mentira com pérfidas intenções" a versão que circulou sobre uma possível fuga de Kadhafi para a Venezuela, cujo presidente, Hugo Chávez, mantém relações com a Líbia.

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