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Fidel Castro diz que foi mal interpretado

Para o líder cubano, é o ´capitalismo que não serve mais´

Fidel Castro criticou o sistema capitalista (Arquivo)

Fidel Castro criticou o sistema capitalista (Arquivo)

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Da Redação

Publicado em 10 de setembro de 2010 às 18h10.

Havana - O ex-presidente cubano Fidel Castro afirmou hoje que sua declaração de que "o modelo cubano já não funciona" foram mal interpretadas, e o que quis dizer, na verdade, é que "é o sistema capitalista que já não serve, nem para os Estados Unidos nem para o mundo".

Fidel concedeu as declarações na Universidade de Havana, durante a apresentação de seu livro "A contra-ofensiva estratégica", e insistiu nos defeitos do capitalismo ao ressaltar: "Como semelhante sistema poderia servir para um país como Cuba?"

O líder da Revolução Cubana se referia, desta forma, a suas declarações publicadas na última quarta-feira na revista "The Atlantic", as quais repercutiram no mundo inteiro quando, ao ser perguntado sobre se Cuba poderia exportar seu modelo de Estado, disse: "O modelo cubano já não funciona nem para nós".

Fidel reconheceu hoje que disse a frase "sem amargura nem preocupação", mas que se "divertiu ao ver como o jornalista o interpretou ao pé da letra", disse, fazendo referência à ideia de que a declaração supunha reconhecimento do fracasso econômico cubano e respaldo à política de reformas imposta por seu irmão Raúl Castro.

"Na verdade, a minha resposta significava o contrário do que ambos os jornalistas norte-americanos interpretaram sobre o modelo cubano", disse Fidel, que na sequência repetiu suas conhecidas teses sobre o fracasso do capitalismo.

"A minha ideia, que todo o mundo conhece, é que o sistema capitalista já não serve nem para os Estados Unidos nem para o mundo, seguindo de crise em crise, que são cada vez mais globais e repetidas", expôs Fidel Castro.

O líder cubano, afastado do poder em 2006 após uma grave doença gastrointestinal, também reformulou outras afirmações feitas à revista "The Atlantic" que tiveram grande impacto, como sua defesa dos judeus e suas lembranças sobre a chamada "crise dos mísseis", em 1962.

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