Auxiliado por fisioterapeutas e junto com sua família, o líder cubano Fidel Castro foi na noite de quarta-feira à abertura do novo estúdio de um pintor e deputado, em Havana, em sua primeira aparição pública em nove meses.

A televisão cubana exibiu nesta quinta-feira imagens sem áudio de Fidel, de 87 anos, sentado no estúdio de Alexis Levya, conhecido como Kcho, de quem ganhou um livro com uma dedicatória.

"Hoje (quarta-feira) se completam 55 anos da entrada de Fidel em Havana e o fato de Fidel ter vindo aqui à inauguração do projeto (...), é muito emocionante", disse Kcho à televisão cubana.

Na quarta havia espaculações - devido às fortes medidas de segurança - em torno da presença de Fidel no ato pelo 55º aniversário da Cidade Escolar Libertad - antigo quartel Columbia -, onde em 1959 o líder guerrilheiro pronunciou um inflamado discurso de vitória. No entanto, esta celebração foi suspensa por causa do mau tempo em Havana.

O portal do governo Cubadebate (www.cubadebate.cu) publicou uma única foto em que Castro, vestido com um agasalho negro, aparece sentado de costas conversando com Leyva no estúdio, com sua mão esquerda erguida.

Em sua orelha esquerda ele usa um aparelho para melhorar a audição.

Em outras fotos não publicadas pela imprensa cubana é possível ver Fidel curvado, caminhando com dificuldade, apoiado em um bastão e ajudado por seus fisioterapeutas e seguranças.

Mais atrás aparecem sua mulher, Dalia Soto del Valle, e seus filhos Alex (fotógrafo) e Antonio (médico e vice-presidente da Federação Internacional de Beisebol).

Castro, que aparece em algumas fotos com óculos, usando um cachecol verde (em Havana, as temperaturas têm sido anormalmente baixas nos últimos três dias) e um suéter cinza embaixo do agasalho.

"Eu o vi bem, estava com uma boa aparência, embora esteja velhinho e curvado. Nos acostumamos a ver um Fidel gigante. Agora, mesmo muito curvado, continua sendo um gigante", declarou à AFP Merlyn Smith, de 30 anos.

Desde que passou o comando a seu irmão Raúl Castro, Fidel fez poucas aparições públicas. A última tinha sido em abril de 2013, pouco depois da morte de seu amigo e aliado Hugo Chávez, quando inaugurou uma escola em Havana.

Desde que deixou a liderança da ilha, em 2006, por motivos de saúde, Fidel se dedicou a escrever livros autobiográficos e dedicados a sua luta guerrilheira em Sierra Maestra, além de artigos para a imprensa.