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Feroz resistência dos pró-Kadafi em seus últimos redutos na Líbia

Segundo conselho de transição, tomada de Sirte é questão de "alguns dias"

De acordo com fontes médicas, ao menos 10 pessoas foram mortas e 40 ficaram feridas (Francisco Leong/AFP)

De acordo com fontes médicas, ao menos 10 pessoas foram mortas e 40 ficaram feridas (Francisco Leong/AFP)

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Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2011 às 08h38.

Sirte, Líbia - Os combatentes das novas autoridades líbias enfrentavam neste sábado uma feroz resistência das tropas fieis ao líder deposto Muamar Kadhafi em seus redutos de Sirte e Bani Walid, palcos de sangrentos combates.

A tomada de controle de Sirte e Bani Walid é, no entanto, questão de "alguns dias", segundo Ahmad Bani, porta-voz do braço militar do Conselho Militar de Transição (CNT), órgão político da rebelião que derrubou Muamar Kadhafi.

Mas em terra, os combatentes que retornavam destas duas localidades relatavam uma forte resistência dos pró-Kadhafi, que utilizam foguetes, obuses e artilharia pesada para defender seus bastiões.

Em Bani Walid, um oásis localizado 170 km a sudoeste de Trípoli, ocorriam violentos confrontos neste sábado à tarde após um contra-ataque dos pró-Kadhafi, que deixaram ao menos um morto e vários feridos no campo inimigo, segundo combatentes do CNT e um correspondente da AFP.

Na véspera, estes combatentes já precisaram realizar um recuo tático noturno para evitar, segundo eles, os disparos dos francoatiradores posicionados nesta cidade.

Em Sirte, região natal de Kadhafi 360 km a leste de Trípoli, as forças do CNT prosseguiram com seu avanço, mas precisaram voltar sob o fogo dos leais ao líder deposto.


De acordo com fontes médicas em um hospital de campanha, ao menos 10 pessoas foram mortas e 40 feridas, aparentemente todas elas integrantes das forças do novo regime.

Pelo menos 6 mil combatentes do CNT se mobilizaram na frente de Sirte, disse neste sábado à AFP Salem Jeha, comandante do conselho militar insurgente em Misrata. Afirmou que o aeroporto de Sirte encontra-se sob controle total dos combatentes pró-CNT desde a noite de sexta-feira.

"A partir de agora, estamos nos focando em um grupo de prédios da cidade e seus arredores, especialmente Wani Abu Hadi, onde as forças de Kadhafi se concentraram", explicou.

De acordo com o comandante, "talvez existam focos de resistência, mas não serão capazes de resistir às forças massivas dos revolucionários", e a libertação de Sirte "já está resolvida, nosso objetivo agora é libertar o sul".

No entanto, Abdul Rauf al Mansori, um combatente que regressava da frente, mostrou-se muito menos otimista neste sábado à tarde. Segundo ele, ninguém controla o aeroporto, e menos ainda a cidade: "Não controlamos nem mesmo 5% de Sirte, porque a única coisa que fazemos é entrar e depois sair".

Em vários bairros, os pró-Kadhafi atacaram as forças do CNT com artilharia pesada, enquanto os militares do novo regime reagiam com foguetes Grad, segundo uma jornalista da AFP no local.


O comandante Jeha assegurou que os anti-Kadhafi faziam o possível para evitar perdas humanas e disse que a metade dos civis fugiram quando suas tropas entraram na cidade na noite de quinta-feira.

"Não usamos armas pesadas, a não ser para proteger nossos revolucionários quando são atacados", disse. A cidade era sobrevoada permanentemente por aviões da Otan, que indicou ter bombardeado 20 alvos na sexta-feira na região de Sirte.

No âmbito diplomático, o CNT - que já havia sido reconhecido por quase 50 países - conquistou o direito de ocupar a vaga da Líbia na Assembleia Geral da ONU.

Isso permitirá ao líder do CNT, Mustafa Abdel Jalil, participar na reunião anual de Nova York que começa na próxima semana, quando também se encontrará com o presidente americano Barack Obama.

Por sua vez, o Conselho de Segurança da ONU anunciou o descongelamento parcial dos bens líbios e o envio de uma missão ao país petroleiro para redigir uma nova Constituição e ajudar a organizar eleições.

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