Mundo

Fed mantém juro e plano de estímulos

O Fed disse que continuará a comprar 40 bilhões de dólares em ativos hipotecários por mês para pressionar para baixo as taxas de juros


	Sede do Fed, em Washington: o banco central também destacou que os gastos de consumidores cresceram "um pouco mais rápido"
 (©AFP/File / Karen Bleier)

Sede do Fed, em Washington: o banco central também destacou que os gastos de consumidores cresceram "um pouco mais rápido" (©AFP/File / Karen Bleier)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2012 às 18h12.

Nova York - O Federal Reserve, banco central norte-americano, manteve seu plano de estimular a economia dos Estados Unidos até que o mercado de trabalho melhore e repetiu que vai deixar as taxas de juros próximas de zero até meados de 2015.

Em comunicado divulgado após reunião de dois dias do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), a autoridade monetária reconheceu sinais de força no mercado imobiliário, mas reiterou sua promessa de continuar a incentivar o crescimento mesmo com a recuperação tomando fôlego.

O Fed disse que continuará a comprar 40 bilhões de dólares em ativos hipotecários por mês para pressionar para baixo as taxas de juros.

A autoridade monetária indicou ainda um recente aumento na inflação, que atribuiu a preços mais altos de energia, acrescentando que as expectativas inflacionárias permaneceram estáveis.

O banco central também destacou que os gastos de consumidores cresceram "um pouco mais rápido", mas alertou que o investimento em negócios está desacelerando.

"O comitê continua preocupado que, sem acomodação suficiente, o crescimento econômico possa não ser forte o suficiente para gerar melhora sustentável nas condições do mercado de trabalho", informou o comunicado do Fomc.

O presidente do Fed de Richmond, Jeffrey Lacker, mais uma vez se colocou contra a decisão, como fez em todas as reuniões deste ano.


O Fed, que tem mantido as taxas de juros quase zeradas desde dezembro de 2008, já havia comprado 2,3 trilhões de dólares em dívida soberana ou relacionada a hipotecas antes de lançar sua mais recente rodada de estímulos.

Alguns analistas expressaram preocupação com a possibilidade de que as medidas do Fed sirvam de combustível para a inflação, mas altas de preço têm sido inofensivas até agora.

O problema é que o mesmo se deu com o crescimento. O Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA avançou a uma taxa anualizada de apenas 1,3 por cento no segundo trimestre.

Economistas dizem esperar que o ritmo da recuperação acelere um pouco no segundo trimestre, mas não o suficiente para exercer pressão constante para baixo sobre a taxa de desemprego.

Ao mesmo tempo, possíveis endurecimentos futuros na política fiscal dos EUA ameaçam derrubar a economia novamente para uma recessão.

A crise da dívida europeia, uma importante fonte de preocupação para o Fed, também continua sem solução, embora não esteja impactando demais os mercados financeiros, o que oferece o conforto de que a economia dos EUA escaparia de qualquer contágio.

Projeção econômica unificada -  Além da discussão sobre a política monetária, autoridades provavelmente continuaram a debater ajustes finos em sua estratégia de comunicação ao adotar metas numéricas para variáveis econômicas que guiariam os estímulos heterodoxos do banco central.

No entanto, não foi feito nenhum anúncio sobre o tema. Analistas afirmam que é necessário esperar as próximas reuniões do Fomc, em dezembro e janeiro, em busca de mais sinais sobre as metas dos membros da instituição a respeito.

O presidente do Fed de Chicago, Charles Evans, defendeu manter as taxas de juros próximas de zero até que a taxa de desemprego, atualmente em 7,8 por cento, caia para 7 por cento, contanto que a inflação não exceda 3 por cento. O banco central estabelece como meta formal uma inflação de 2 por cento.

Autoridades também consideram fortemente a adoção de uma projeção econômica unificada para o Fed como um todo, em comparação com projeções individuais trimestrais divulgadas atualmente para crescimento, emprego, inflação e juros.

A reunião de dezembro é vista como um bom momento para que o Fed reavalie o tamanho de suas compras mensais de bônus. Além de sua iniciativa para aquisição de dívida hipotecária, o Fed tem usado o dinheiro captado com títulos de curto prazo para comprar instrumentos de prazo mais longo. O programa, conhecido como "Operação Twist", será concluído no final do ano.

Acompanhe tudo sobre:Crise econômicaEstados Unidos (EUA)Fed – Federal Reserve SystemMercado financeiroPaíses ricos

Mais de Mundo

Argentina registra décimo mês consecutivo de superávit primário em outubro

Biden e Xi participam da cúpula da Apec em meio à expectativa pela nova era Trump

Scholz fala com Putin após 2 anos e pede que negocie para acabar com a guerra

Zelensky diz que a guerra na Ucrânia 'terminará mais cedo' com Trump na Presidência dos EUA