Mundo

Fed: EUA não são responsáveis por alta de commodities

Segundo o presidente da instituição, é a demanda global e não a política monetária dos EUA que deve ser responsabilizada pela alta dos preços de matérias-primas

Turbulência no Oriente Médio causou o aumento dos preços de petróleo e gás nas últimas semanas (Joe Raedle/Getty Images)

Turbulência no Oriente Médio causou o aumento dos preços de petróleo e gás nas últimas semanas (Joe Raedle/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de março de 2011 às 13h52.

São Paulo - O presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke, voltou a afirmar hoje que a disparada dos preços globais não deve ser atribuída à instituição. Em seu discurso, Bernanke deu sequência à ofensiva do banco central norte-americano contra as críticas de que a política acomodatícia e os esforços de afrouxamento quantitativo dos EUA estão contribuindo para a alta das commodities (matérias-primas).

Segundo o presidente do Fed, é a demanda global - particularmente a de algumas economias emergentes - e não a política monetária dos EUA que deve ser responsabilizada pela alta dos preços. Ele destacou que a turbulência no Oriente Médio causou o aumento dos preços de petróleo e gás nas últimas semanas. "Os preços das commodities subiram significativamente em todas as grandes moedas, sugerindo que mudanças no câmbio do dólar provavelmente não têm sido um fator importante nos aumentos vistos nos últimos meses", disse.

Mesmo assim, Bernanke disse que os diversos esforços dos EUA para injetar recursos na economia do país nos últimos anos parecem ter sido bem sucedidos. Embora algumas autoridades estrangeiras tenham criticado o anúncio, no ano passado, do plano do Fed de comprar US$ 600 bilhões em bônus, Bernanke disse que os indicadores de mercado sugerem que a perspectiva econômica vem melhorando desde então.

"Evidentemente, é muito cedo para fazer qualquer julgamento firme sobre quanto da recente melhora na perspectiva pode ser atribuída à política monetária, mas estes acontecimentos são consistentes com o indício de que tiveram um efeito benéfico", disse.

"O Fed continua decididamente comprometido com a estabilidade dos preços e, em particular, em atingir uma taxa de inflação no médio prazo que seja consistente com o mandato do Fed", disse Bernanke. O Fed prevê inflação de 1,25% a 1,75% em 2011.

Sobre a economia dos EUA, Bernanke disse que o Fed vê crescentes evidências de que os gastos dos consumidores e investimentos das empresas podem estar se recuperando ao ponto em que o crescimento se torna autossustentável. Apesar destes indicadores positivos, ele disse que o mercado de moradia continua "excepcionalmente fraco" e que o emprego poderá levar vários anos para voltar ao nível normal.

"Enquanto não tivemos um período sustentado de criação mais forte de emprego, não podemos considerar que a recuperação esteja verdadeiramente estabelecida", afirmou Bernanke. As informações são da Dow Jones.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaDados de BrasilEstados Unidos (EUA)Países emergentesPaíses ricos

Mais de Mundo

Argentina registra décimo mês consecutivo de superávit primário em outubro

Biden e Xi participam da cúpula da Apec em meio à expectativa pela nova era Trump

Scholz fala com Putin após 2 anos e pede que negocie para acabar com a guerra

Zelensky diz que a guerra na Ucrânia 'terminará mais cedo' com Trump na Presidência dos EUA