O "campo 6" da prisão americana de Guantánamo: o porta-voz detalhou que o plano se baseia na transferência de presos ao exterior e na avaliação através de um órgão especial (Mladen Antonov/AFP)
Da Redação
Publicado em 23 de fevereiro de 2016 às 13h58.
Washington - O plano do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para fechar a prisão de Guantánamo fará o país economizar US$ 335 milhões em 10 anos e US$ 1,7 bilhões ao longo de 20 anos, indicou nesta terça-feira o porta-voz do Pentágono, Peter Cook.
"Implementar este plano melhorará nossa segurança nacional ao negar aos terroristas um poderoso símbolo de propaganda, fortalecerá nossas relações com aliados fundamentais e parceiros contra o terrorismo e reduzirá nossos custos", destacou Cook em comunicado.
O porta-voz detalhou que o plano se baseia na transferência de presos ao exterior e na avaliação através de um órgão especial daqueles que, por sua periculosidade, não podem ser transferidos a outros países e devem permanecer sob custódia das autoridades americanas.
Segundo anteciparam funcionários do governo sob anonimato, o plano para fechar a prisão de Guantánamo que o Pentágono enviará hoje ao Congresso contempla transferir entre 30 e 60 presos a 13 localizações diferentes em território nacional, sem recomendar nenhuma em particular.
O Pentágono detalhou que manter a prisão de Guantánamo aberta é entre US$ 65 milhões e US$ 85 milhões mais caro ao ano do que internar os presos em uma prisão em território americano.
De acordo com o porta-voz, o custo de transferir os presos ao território americano ou a outros países seria compensado entre três e cinco anos, devido aos menores custos para manter os detentos em uma prisão dos EUA em vez das instalações da base naval de Guantánamo, no sudeste de Cuba.
Fechar Guantánamo pode gerar, pelo menos, US$ 335 milhões de economias em 10 anos e até US$ 1,7 bilhões em 20 anos, destacou o porta-voz em sua nota.
Obama apresentou hoje, na Casa Branca, o plano para fechar a prisão, uma promessa que mantém desde sua primeira campanha eleitoral em 2008.
Desde o início de seu mandato, essa promessa enfrentou a oposição do Congresso, especialmente entre os republicanos, que rejeitam a transferência dos presos para prisões dentro dos EUA, por considerá-la ilegal.
A prisão de Guantánamo chegou a abrigar cerca de 800 presos pouco após sua abertura, ordenada pelo então presidente americano, George W. Bush, após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos. Atualmente 91 detentos são mantidos na prisão. EFE