Em Doha, delegação da Fifa olha maquete de estádio para a Copa do Mundo no Catar (Clive Rose/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 17 de março de 2014 às 22h22.
Genebra - A Copa no Catar vira caso de polícia. O FBI está investigando o depósito feito a um ex-vice-presidente da entidade máxima do futebol por uma empresa de um dirigente do Catar dias depois que o país árabe foi escolhido para ser sede do Mundial.
Jack Warner, ex-cartola caribenho e ex-número 2 da entidade, teria recebido US$ 2 milhões de uma empresa ligada à campanha do Catar para receber a Copa. Sua família, que vive em Miami, também teria recebido parte do dinheiro e hoje estaria cooperando com as investigações.
A suspeita é de que o dinheiro seja uma retribuição pelo voto de Warner para levar a Copa ao Catar e por ter influenciado outros membros do Comitê Executivo da Fifa a apoiar o projeto. O dinheiro encontrado em sua conta vem de empresas de propriedade de Mohamed Bin Hammam, ex-representante do Catar na Fifa e que chegou a se candidatar para presidir a entidade com o apoio de Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF.
A escolha do Catar ocorreu em dezembro de 2010, gerando muita polêmica. Na época, acusações apontaram que membros do Comitê Executivo da Fifa teriam aceito "presentes" das autoridades do Catar para apoiar o país. Mas nada foi provado.
Warner foi obrigado a deixar a Fifa em 2011, depois que ficou provado que ele ajudou Bin Hammam a distribuir subornos para outros cartolas com a intenção de vencer a eleição na Fifa naquele ano. Ambos foram expulsos do futebol.
Agora, documentos revelam pagamentos que, segundo a polícia americana, precisam ser esclarecidos. No dia 15 de dezembro de 2010, as empresas de Bin Hammam teriam enviado US$ 1,2 milhão para contas de Warner, um dos homens mais fortes dentro da Fifa. Um pagamento de mais US$ 1 milhão teria sido encaminhado para o filho de Warner e empregados de suas empresas.
Mas foi o trajeto do dinheiro que chamou a atenção do FBI. Inicialmente, o dinheiro deveria ter sido enviado a um banco nas Ilhas Cayman. Mas a instituição recusou o depósito. Segundo o jornal The Telegraph, o dinheiro então circulou via Nova York, o que chamou a atenção das autoridades americanas.