Painel exibe o nome dos membros do crime organizado presos, em Nova York (AFP)
Da Redação
Publicado em 20 de janeiro de 2011 às 22h12.
Nova York - O FBI, a polícia federal americana, prendeu nesta quinta-feira 127 pessoas supostamente ligadas à máfia de Nova York e seus arredores, em um duro golpe contra a tristemente célebre Cosa Nostra.
"Teve um alcance muito amplo", disse à AFP o porta-voz do FBI, Robert Nardoza, sobre a operação.
As detenções aconteceram durante a madrugada desta quinta-feira em Nova York, Nova Jersey e Rhode Island (nordeste), por acusações que vão de tráfico de drogas até homicídio.
Dos 127 presos, 91 são suspeitos de pertencer a sete famílias da máfia italiana, cinco delas residentes em Nova York, de acordo com um comunicado do Ministério da Justiça.
Demonstrando a da importância desta operação, o Procurador-Geral Eric Holder chegou a Nova York nesta quinta-feira e concedeu uma coletiva de imprensa conjunta com a subdiretora do FBI em Nova York, Janice Fedarcyk, no escritório do Procurador-Geral no Brooklin.
"As detenções de hoje marcam um avanço importante no desmantelamento das atividades ilegais da Cosa Nostra", declarou Holder.
"Trata-se da operação mais importante já realizada em apenas um dia, na qual participaram mais de 800 agentes do FBI", destacou o procurador-geral.
De acordo com o jornal The New York Times, os assassinatos dos quais alguns dos detidos são acusados foram cometidos nas décadas de 1980 e 1990.
Além disso, as acusações também incluem extorsão, lavagem de dinheiro, apostas clandestinas e chantagem relacionada ao setor de construção e portuário.
A polícia estima que estas duas últimas atividades são controladas pelas cinco famílias da máfia italiana que vivem em Nova York: os Genovese, os Gambino, os Lucchese, os Colombo e os Bonanno.
Desde o início da década de 1990, o FBI realizou importantes operações contra o crime organizado de origem italiana, que está em declínio desde então, também afetado pela concorrência dos grupos mafiosos russos, mexicanos ou chineses.
Além disso, importantes deserções dos grupos da máfia italiana abriram caminho para que os investigadores coletassem informações e pudessem realizar as detenções.
Entre elas destaca-se a de John Gotti, chefe do clã dos Gambino, condenado em 1992 por ordenar uma dezena de assassinatos, entre eles o de seu antecessor, Paul Castellano, morto em 1985 quando saía do restaurante "Sparks", em Manhattan.
Gotti faleceu na prisão em 2002. Desde então, seu filho John "Junior" Gotti conseguiu escapar diversas vezes da polícia, a última delas em 2009.
Apesar do declínio que as famílias relacionadas com a Cosa Nostra vivem, a máfia italiana de Nova York mantém sua fama graças aos muitos filmes e séries de televisão, como "O Poderoso Chefão" e "Os Sopranos".