Emmanuel Macron: "a sociedade que eu quero será livre de restrições e bloqueios e protetora dos mais fracos"
Reuters
Publicado em 2 de março de 2017 às 08h53.
Última atualização em 2 de março de 2017 às 08h54.
Paris - O candidato presidencial francês líder nas pesquisas, Emmanuel Macron, disse que irá acabar com desigualdades no sistema de pensões da França, vender participações do governo em grandes empresas e reduzir o tamanho do Parlamento, em um manifesto divulgado com a intenção de se distanciar de tradicionalistas.
Concorrendo como centrista independente, Macron é visto nas pesquisas de opinião como vencedor em disputa no segundo turno com a líder da extrema-direita, Marine Le Pen.
"A sociedade que eu quero será livre de restrições e bloqueios e protetora dos mais fracos", disse Macron no programa, visto pela Reuters e apresentado nesta quinta-feira após acusações de que ele continuava vago sobre seus planos presidenciais.
Diversas reformas propostas parecem certas de provocar debates acalorados em um país onde convenções antigas estão sendo prejudicadas por uma lenta recuperação econômica, alto índice de desemprego e amplo descontentamento por tentativas de integrar a maior comunidade muçulmana da Europa e lidar com a questão do terrorismo.
Embora o governo francês tenha mantido tradicionalmente ampla participação em companhias de estatura nacional, Macron disse que irá vender 10 bilhões de euros em ações em grupos nos quais o Estado não tenha maioria.
O dinheiro arrecadado será colocado em um "Fundo para Indústria e Inovação" para financiamento de projetos futuros.
Macron, que na semana passada destacou um amplo plano econômico misturando cortes de impostos, uma redução em cargos do governo e maiores investimentos, disse ter o objetivo de suavizar grandes diferenças entre as pensões de funcionários do governo e do setor privado, enquanto mantém a aposentadoria aos 62 anos.
Em contraste com rejeições de governos franceses anteriores de engajar em uma política de "discriminação positiva", Macron também disse que dará a companhias que contratarem pessoas de 200 áreas pobres designadas um bônus de 15 mil euros por três anos.
Em uma medida que deve provocar oposição entre políticos de diferentes partidos, Macron disse também que irá cortar em um terço o número de parlamentares nas duas Casas do Parlamento e em pelo menos um quarto o número de autoridades regionais.