O Morro do Vidigal vai promover um Arrastão Cultural Sustentável, no dia 18 de junho, com atividades culturais, ambientais, teatro, desfile de moda sustentável, capoeira, jiu-jitsu e rugby (Arquivo/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 8 de maio de 2012 às 12h52.
Rio de Janeiro - Comunidades do Rio de Janeiro estão programando uma maratona de atividades culturais, debates, oficinas e apresentações de projetos sociais para receberem participantes da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que será realizada na capital fluminense na última semana de junho.
O projeto que está sendo coordenado pela Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos inclui a visita de chefes de Estado e integrantes dos países que participam da conferência a algumas comunidades. Entre os dias 14 e 19 de junho as comitivas vão conhecer as favelas do Cantagalo/Pavão-Pavãozinho, Chapéu Mangueira/Babilônia, Cidade de Deus, Rocinha/Vidigal/Chácara do Céu, na zona sul, e Complexo do Alemão, na zona norte.
De acordo com o superintendente de Territórios da secretaria, Daniel Misse, diferentemente do que ocorreu na conferência Rio92, onde esses locais eram tidos como ameaça ao evento e havia tanques apontados para as comunidades, na Rio+20, elas farão parte da agenda do evento.
“Um quarto da população do Rio vive nas favelas [1,2 milhão]. Não podemos pensar no futuro que queremos sem incluir essas pessoas no processo de desenvolvimento sustentável”, destacou.
“A ideia é incluir as entidades que atuam nessas comunidades na discussão e nas tomadas de decisão sobre as ações de desenvolvimento da cidade. Nesse processo, grupos locais estão se formando, lideranças comunitárias se unindo e se articulando e vão continuar a discutir e promover ações locais sustentáveis dentro de suas comunidades”, completou.
O Morro do Vidigal vai promover um Arrastão Cultural Sustentável, no dia 18 de junho, com atividades culturais, ambientais, teatro, desfile de moda sustentável, capoeira, jiu-jitsu e rugby. Moradora do Morro do Vidigal, na zona sul, Julia Giglio acredita que a visita será uma oportunidade única de dar visibilidade aos projetos da comunidade e de incentivar novas parcerias. Ela é diretora da organização não governamental (ONG) Todos na Luta, que promove inclusão social de jovens e adolescentes por meio do boxe, de atividades esportivas e culturais na comunidade.
“As instituições que trabalham aqui no Vidigal vão poder falar também das necessidades da comunidade e apresentar as potencialidades e dificuldades de seus projetos, além de fazer contatos com entidades e atores estrangeiros”, comentou.
Para a gestora local da secretaria de assistência social, Vanessa Nolasco Ferreira, o maior objetivo da visita é que as atividades e as ações que estão sendo organizadas a partir da Rio+20 sirvam de legado para os moradores e deem frutos a novos projetos de sustentabilidade.
“Na semana passada houve uma oficina de capacitação de produção de projetos relacionados à Rio+20, por exemplo, que serviu para mobilizar e preparar entidades do Vidigal a concorrer a editais de captação de patrocínios”, explicou.
As comunidades do Cantagalo/Pavão/Pavãozinho, em Ipanema, zona sul, vão organizar uma grande feira de economia solidária com passeio pelas comunidades para conhecer projetos sociais e artistas locais.
No Leme, nos morros do Chapéu Mangueira e Babilônia, além da feira, haverá nos dias 14 e 15 de junho, Festa Junina e apresentações de projetos em vários pontos das comunidades. Na Cidade de Deus, haverá a segunda edição dos Jogos Abertos da Cidade de Deus e a Jornada de Educação Socioambiental – CDD e Maré rumo à Rio + 20.
Na Rocinha, no dia 19 de junho, os moradores vão entregar um documento sobre desenvolvimento sustentável e políticas de educação que podem contribuir de forma mais efetiva para o desenvolvimento da comunidade. O roteiro começa no Parque Ecológico da Rocinha e termina na escola de samba com o evento de entrega do documento e uma feijoada.