Farc: o mecanismo tripartite de monitoração do cessar-fogo assegurou em um comunicado que investiga o ocorrido (Mario Tama/Getty Images)
AFP
Publicado em 17 de novembro de 2016 às 21h52.
As Farc pediram nesta quinta-feira uma perícia legal para determinar se realmente houve confrontos na região da Colômbia onde morreram dois guerrilheiros durante o cessar-fogo que os rebeldes e o governo mantêm desde agosto no âmbito dos diálogos de paz.
O comandante da guerrilha Carlos Antonio Lozada, integrante da equipe de negociações de paz das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc, marxistas), disse que será reivindicada "uma perícia forense para determinar se realmente houve combates ou não e em que circunstâncias ocorreu o assassinato dos nossos dois camaradas", registrado no domingo passado no norte do país.
"Vamos exigir uma reunião com a instância nacional do mecanismo de monitoramento e verificação" do cessar-fogo, criado no âmbito do processo de paz e integrado pelas Farc, o governo e a ONU, "porque nós temos versões distintas da difundida no dia de ontem (quarta-feira) pelo Exército em seu comunicado", detalhou à Nueva Colombia Noticias, órgão de comunicação da guerrilha.
Lozada deu estas declarações antes de assistir em Bogotá a uma reunião sobre "a logística para a implementação das zonas de vereda [seção administrativa municipal] transitórias", onde os guerrilheiros vão se concentrar sob a supervisão das Nações Unidas, assim que o novo acordo de paz entrar em vigor.
O renegociado pacto entre as Farc e o governo de Juan Manuel Santos, alcançado após o repúdio do primeiro em um referendo celebrado em 2 de outubro, foi selado em Cuba, sede dos diálogos.
Um dia depois, dois guerrilheiros morreram em supostos confrontos com o Exército, no que seria a primeira violação documentada do cessar-fogo bilateral que as partes acordaram em 29 de agosto.
Nesta quinta-feira, o mecanismo tripartite de monitoração do cessar-fogo assegurou em um comunicado que investiga o ocorrido "em 13 de novembro no município de Santa Rosa, ao sul do departamento (estado) de Bolívar, que teve como resultado a morte de duas pessoas das Farc". Um terceiro guerrilheiro saiu ileso.
Segundo o texto, o mecanismo também "investiga outro suposto incidente em Tumaco", no Pacífico colombiano, perto da fronteira com o Equador, sobre o qual não foram informados detalhes.