O ex-guerrilheiro e ex-prefeito de Bogotá Gustavo Petro, em Bogotá, Colômbia (GUILLERMO LEGARIA/AFP)
Da Redação
Publicado em 1 de fevereiro de 2016 às 17h27.
HAvana - A guerrilha das Farc pediu apoio de setores da esquerda colombiana para a convocação de uma Assembleia Constituinte que blinde os acordos de paz que está prestes a assinar em Cuba, uma fórmula à qual se opõe o governo de Juan Manuel Santos.
A organização armada, que se comprometeu com o governo a selar um acordo em 23 de março para por fim a meio século de luta contra o Estado, reuniu-se nos últimos dias com vários líderes e políticos de esquerda em Havana, sede dos diálogos, revelou nesta segunda-feira através de seu canal no Youtube.
"Mesmo que o governo de Santos não queira, como contraparte na negociação de paz, penso que (...) deve ser convocada uma Assembleia Nacional Constituinte", declarou o ex-guerrilheiro e ex-prefeito de Bogotá Gustavo Petro ao "Informativo insurgente".
Petro, ex-dirigente da guerrilha M-19, que se desmobilizou nos anos 1990 após mum acordo de paz, reuniu-se no fim de semana com o máximo líder das Farc, Timoleón Jiménez, e os demais líderes do grupo rebelde.
"O diálogo de Petro com as Farc girou em torno do processo de paz e especialmente sobre a unidade social e política para a paz e a Constituinte", escreveu no Twitter Iván Márquez, chefe da equipe de negociação das Farc.
O governo Santos e a maior guerrilha da Colômbia negociam há três anos o fim do conflito armado mais antigo do continente e pretendem assinar um acordo para que os rebeldes deponham as armas sob supervisão da ONU e criem um partido político.
As partes, que retomam esta semana os diálogos após uma pausa de vários dias, negociam uma agenda de seis pontos, quatro dos quais já estão praticamente acordados. Resta definir o fim do conflito, que inclui o desarmamento das Farc, e o mecanismo de referendamento dos pactos.
Mas enquanto Santos impulsiona um plebiscito, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) propõem uma Constituinte.
Além de Petro, a organização comunista obteve o apoio à sua proposta de um grupo de congressistas de esquerda, inclusive Iván Cepeda, com quem se reuniu nos últimos dias na capital cubana.