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Farc criticam colaboração militar entre Colômbia e EUA

Em comunicado divulgado nesta terça, a guerrilha afirmou que a colaboração dos Estados Unidos para a captura de líderes rebeldes foi uma violação da soberania

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 7 de janeiro de 2014 às 17h21.

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) criticaram duramente a colaboração militar secreta entre Estados Unidos e Colômbia nos últimos anos para lutar contra a guerrilha.

A notícia foi revelada pelo jornal "The Washington Post" no final de dezembro.

Em um comunicado divulgado nesta terça, a guerrilha afirmou que a colaboração dos Estados Unidos para a captura de líderes rebeldes foi uma violação da soberania e criticou as autoridades colombianas por "ficarem de joelhos por tanto tempo".

"A matéria revela os esforços da CIA e do Pentágono para obter as repudiáveis e solitárias interpretações jurídicas mediante as quais se cometem todos esses crimes", disseram as Farc, em sua página na Internet http://www.farc-ep.co.

Em 21 de dezembro, o "Washington Post" revelou que a CIA e a Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) tinham dado sua colaboração em ações contra lideranças das Farc, por meio de um programa secreto que contou com um "orçamento multimilionário".

O programa foi implementado com a autorização do ex-presidente George W. Bush (2001-2009) no início de seu governo e foi mantido pelo atual presidente, Barack Obama, de acordo com o jornal.

A ajuda para a Colômbia incluiu o fornecimento de um sistema de rastreamento por GPS para bombas, mecanismo que as transformou em armas de altíssima precisão, segundo o jornal.

A matéria informa ainda que esse programa não faz parte do Plano Colômbia, um acordo de cooperação bilateral para a luta contra o narcotráfico e o conflito armado.


Depois que a notícia veio à tona, o ex-presidente colombiano Alvaro Uribe (2002-2010) admitiu ter recebido a ajuda.

Segundo o "Post", o programa, que continua em andamento, foi fundamental na morte de Raúl Reyes em 2008, em uma operação desenvolvida em território equatoriano.

"Apenas um reinado tão descarado da arbitrariedade nascida da força bruta permite explicar, como confirma a matéria, a agressão das forças militares colombianas contra a soberania do Equador em 1o de março de 2008", criticaram as Farc.

Nesse sentido, o presidente do Equador, Rafael Correa, considerou a notícia "gravíssima", destacando que esses acontecimentos afetam as relações do Equador com os Estados Unidos e com a Colômbia e, "sobretudo, o processo de paz" em evolução.

Há 13 meses, o governo colombiano e as Farc iniciaram o diálogo de paz. Até agora, chegou-se a um acordo sobre dois dos seis pontos da agenda. Mediadas por Cuba, as conversas serão retomadas em 13 de janeiro, em Havana.

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