Farc: "Não se vai conseguir em alguns meses ou alguns anos a consolidação da paz depois de mais de 50 anos de confrontos" (Jaime Saldarriaga/Reuters)
Reuters
Publicado em 25 de novembro de 2016 às 18h41.
Bogotá - O partido político que surgir do grupo guerrilheiro Farc apoiará em 2018 um candidato presidencial que garanta a continuidade do processo de paz, disse nesta sexta-feira o líder máximo do grupo em processo de desmobilização, numa aparente estratégia para bloquear a oposição política comandada pelo ex-presidente Álvaro Uribe.
Rodrigo Londoño, conhecido como "Timochenko", declarou num encontro com correspondentes internacionais que o que se vive atualmente na Colômbia é uma disputa entre forças a favor da paz e outras que desejam a continuidade do conflito armado que deixou 220 mil mortos e expulsou milhões de suas casas em mais de meio século.
"Esse é um projeto a longo prazo. Não se vai conseguir em alguns meses ou alguns anos a consolidação da paz depois de mais de 50 anos de confrontos. Nós consideramos que o próximo governo, o próximo presidente, deve garantir a continuidade desse processo", afirmou o líder rebelde de 57 anos.
"Deve ser um governo de transição ao qual se deve somar todas as forças, todos os setores da opinião pública, todos os setores da pátria que querem que a paz se consolide", disse.
Londoño, líder máximo das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), assinou na quinta-feira com o presidente do país, Juan Manuel Santos, um acordo de paz modificado, mas que não contempla mudanças pedidas pela oposição depois de o pacto original ter sido recusado num plebiscito.