Líderes das Farc: "projeto prevê regular a produção e o mercado da folha de coca, papoula e maconha", disse liderança do grupo (Yamil Lage/AFP)
Da Redação
Publicado em 11 de fevereiro de 2014 às 22h14.
Bogotá - Os grupos guerrilheiros colombianos disseram nesta terça-feira que a suposta espionagem aos negociadores de paz afeta a confiança do governo nos diálogos de paz com as Farc que acontecem em Cuba e na aproximação do Executivo com o ELN, o segundo maior grupo rebelde do país.
Assim se expressaram as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o Exército de Libertação Nacional (ELN) em comunicado conjunto divulgado na página de internet do segundo grupo.
"A paz e a reconciliação podem ser postas a perder torpemente se não se apartam definitivamente de suas gestões as ações de inteligência militar e policial", declara o comunicado.
O documento, datado de 7 de fevereiro nas "Montanhas da Colômbia", leva as assinaturas de Nicolás Rodríguez Bautista, conhecido como "Gabino", e de Rodrigo Londoño Echeverri, conhecido como "Timochenko", chefes do ELN e das Farc, respectivamente.
O caso comentado pelos grupos guerrilheiros foi revelado há oito dias pela revista "Semana", que publicou que um grupo de militares, ex-militares e analistas em informática espionaram desde uma central clandestina de Bogotá líderes da esquerda e os negociadores do governo nos diálogos com as Farc, que têm sede permanente em Havana.
Entre os personagens supostamente espionados estariam o chefe negociador do governo, Humberto de la Calle, e o alto comissário de Paz, Sergio Jaramillo, além do diretor da Agência Colombiana para a Reintegração (ACR), Alejandro Eder.
A espionagem também teria alcançado líderes de esquerda e um numeroso grupo de jornalistas colombianos e estrangeiros que cobrem o diálogo de paz do governo com as Farc, segundo a rede de televisão "Univisión". EFE