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Da Redação
Publicado em 8 de setembro de 2010 às 16h58.
Roma - O diretor-geral adjunto do Departamento de Desenvolvimento Econômico e Social da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), Hafez Ghanem, cobrou do Grupo dos Vinte (G-20, que reúne os países ricos e os principais emergentes), nesta quarta-feira, novas medidas para combater a volatilidade do mercado alimentício.
"A FAO considera que a comunidade internacional, sob a liderança do G-20, deveria começar a estudar fórmulas para fazer frente a uma maior volatilidade", afirmou Ghanem em declaração ao site da organização.
Para isso, segundo ele, "é preciso promover o debate sobre uma melhor regulação dos mercados, garantindo maior transparência, e o estabelecimento de um nível adequado nas reservas de emergência".
Ghanem aproveitou para lançar uma mensagem tranquilizadora diante do temor de uma crise mundial de alimentos devido à decisão russa de proibir as exportações de trigo até 2011 por causa da seca e dos incêndios sofridos pelo país neste verão. Ainda assim, Ghanem criticou a medida.
"Como regra geral, a proibição das exportações deve ser evitada, já que provocam instabilidade nos mercados. Elevam os preços dos alimentos nos países importadores pobres e prejudicam os produtores nos países que impõem a restrição, já que impede-os de beneficiarem-se da alta dos preços a nível internacional", advertiu.
Ghanem esclareceu, no entanto, que a situação atual do mercado alimentar não é de crise, embora tenha previsto para o futuro novas "turbulências" parecidas com as atuais.
Atribuiu essas futuras "turbulências" à maior volatilidade da qual os mercados serão alvo a médio prazo devido à "crescente importância como produtor de cereais da região do Mar Negro", onde os rendimentos variam muito de uma temporada para outra, e a um aumento dos fenômenos climáticos extremos.
Acrescentou ainda que "a importância cada vez maior dos atores não comerciais" nos mercados de produtos básicos contribui para criar esta volatilidade, embora a situação atual não se deva aos especuladores, mas à seca.
O diretor-geral adjunto da FAO exortou os países a fortalecer a segurança alimentar mundial e sair da "incerteza sobre a evolução da oferta e da demanda".
"A chave para a segurança alimentar a longo prazo está em investir no setor agrícola dos países em desenvolvimento, de modo que possam produzir os alimentos suplementares necessários para uma população mundial que se espera que supere 9 bilhões de pessoas em 2050".
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