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FAO defende igualdade entre homens e mulheres na agricultura

Em estudo, organização pede acessibilidade às mulheres para "reduzir entre 100 e 150 milhões o número de pessoas famintas no mundo"

Mulheres da Caxemira trabalham em plantação de arroz: FAO quer igualdade de gênero na agricultura (Sajjad Hussain/AFP)

Mulheres da Caxemira trabalham em plantação de arroz: FAO quer igualdade de gênero na agricultura (Sajjad Hussain/AFP)

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Da Redação

Publicado em 7 de março de 2011 às 11h39.

Roma - Na véspera do dia internacional da Mulher, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) lançou um apelo pelo fim da distância entre homens e mulheres no setor agrícola, sobretudo na América Latina, onde elas representam 20% da força de trabalho.

"Se as mulheres nas zonas rurais tiverem o mesmo acesso que os homens à terra, à tecnologia, aos serviços financeiros, à educação e aos mercados, será possível aumentar a produção agrícola e reduzir entre 100 e 150 milhões o número de pessoas famintas no mundo", indicou a FAO nesta segunda-feira, ao publicar seu relatório anual sobre "O estado mundial da agricultura e da alimentação".

O documento, cujo foco é o papel da mulher na agricultura, revela como o setor agrícola trabalha abaixo de sua capacidade em muitos países em desenvolvimento devido a uma profunda desigualdade de gênero.

"O relatório defende sólidas razões econômicas para promover a igualdade de gênero na agricultura", admitiu o diretor geral da FAO, Jacques Diouf, ao apresentar o documento para a imprensa.

"A igualdade de gênero não é apenas um ideal nobre, é também crucial para o desenvolvimento agrícola e a segurança alimentar. Devemos eliminar todas as formas de discriminação contra as mulheres", destacou.

Um dos maiores problemas é que as mulheres "não têm o mesmo acesso aos insumos: terra, gado, trabalho, educação, serviços de extensão, crédito, fertilizantes e equipes mecânicas.

"Se tivessem, seus rendimentos seriam iguais aos dos homens, elas produziriam mais e a produção agrícola como um todo aumentaria", argumenta a FAO.

Segundo os cálculos da entidade, se as mulheres tivessem o mesmo acesso que os homens aos recursos agrícolas, seria possível aumentar entre 20 e 30% a produção das lavouras geridas por mulheres nos países em desenvolvimento.

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