Davutoglu: premiê turco diz haver mais pessoas de outros países europeus se aliando ao EI do que turcos (Adem Altan/AFP)
Da Redação
Publicado em 16 de setembro de 2014 às 16h35.
Ancara, Turquia - Um parlamentar da oposição turca afirmou que, apenas na última semana, ao menos 53 famílias - algumas com crianças - cruzaram a fronteira com a Síria para se unir ao Estado Islâmico e acusou o governo da Turquia de não faz o suficiente para impedi-los.
Atilla Kart, membro do Partido Popular Republicano, fez os comentários horas depois de o novo primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, rejeitar com veemência relatos da imprensa ocidental que alegavam que muitos turcos ajudavam a inflar os número do grupo extremista.
Nesta terça-feira, Kart disse que ao menos 16 pessoas do distrito eleitoral de Konya, na Turquia Central, viajaram para centros de recrutamento na fronteira com a Síria, onde se encontraram com outras famílias, algumas com crianças.
Eles foram transportados de forma clandestina através da divisa em pequenos grupos, afirmou o parlamentar.
Segundo ele, a informação foi baseada nos relatos de alguns membros da família de Konya e em autoridades de segurança que confirmaram a viajem do grupo através da fronteira.
Autoridades do Ministério do Interior não responderam aos pedidos de entrevista.
Em coletiva de imprensa durante visita ao Chipre, Davutoglu disse que havia muito mais pessoas de outros países europeus se aliando ao grupo extremista do que turcos e insistiu que a Turquia fazia todo o possível para evitar o fluxo de possíveis recrutas do Estado Islâmico.
Kart, no entanto, rejeitou a declaração. "A participação da Turquia é tão grande que não há comparação com outros países", ele disse.
O parlamentar sugeriu que o Estado Islâmico estaria recrutando famílias para usá-las como "escudos humanos" contra possíveis ataques.
Davutoglu disse ter pedido a países europeus uma cooperação maior para barrar o fluxo de combatentes estrangeiros para a Síria.
Mas ele afirmou que a fronteira da Turquia continua aberta para acomodar as centenas de milhares de refugiados que fogem do conflito no país vizinho. Fonte: Associated Press.