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Familiares das vítimas criticam acordo com Boeing após acidentes

O porta-voz das famílias indonésias disse que o acordo entre a empresa e o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que inclui o pagamento de uma multa de US$ 243,6 milhões, não levou em consideração a opinião das vítimas

 (Boeing/Divulgação)

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EFE
EFE

Agência de Notícias

Publicado em 9 de julho de 2024 às 16h46.

Última atualização em 9 de julho de 2024 às 16h58.

Um porta-voz dos familiares das vítimas do Boeing 737 que caiu em 2018 na Indonésia qualificou nesta terça-feira como insuficiente o acordo da fabricante americana de aviões no qual se declara culpada de fraude e aceita pagar uma multa para evitar um julgamento.

O porta-voz das famílias indonésias, Anton Sahadi, disse à Agência EFE que o acordo entre a Boeing e o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que inclui o pagamento de uma multa de US$ 243,6 milhões, não levou em consideração a opinião das vítimas.

Sahadi afirmou que as responsabilidades criminais deveriam ser maiores e que o acordo não permite que a Boeing cumpra a sua obrigação para com as famílias das vítimas.

A Boeing, maior fabricante aeroespacial do mundo, concordou em se declarar culpada do crime de fraude perante os reguladores de segurança da aviação dos EUA no âmbito de dois acidentes ocorridos em 2018 e 2019 na Indonésia e na Etiópia devido a falhas de projeto em seu modelo 737 MAX, nos quais morreram 346 pessoas.

O acordo implica que a empresa admite que fraudou o processo de certificação da aeronave 737 MAX e pagará uma multa de US$ 243,6 milhões, ao mesmo tempo em que se compromete a gastar outros US$ 455 milhões nos próximos três anos para melhorar seus programas de conformidade e segurança.

O acordo, que deve ser aprovado por um juiz federal, evitará que a Boeing vá a julgamento e lhe fará pagar um valor muito inferior aos US$ 24,8 bilhões que as famílias das vítimas exigiam da fabricante de aeronaves.

Em nota, Sahadi destacou que a punição contra a Boeing deveria ser maior e incluir, por exemplo, acusações criminais contra quem deu sinal verde à venda dos aviões 737 MAX.

“Se este acidente acontecer novamente no futuro, a Boeing fará o mesmo, oferecendo um ‘pedido de desculpas’”, lamentou o porta-voz.

O caso decorre de dois acidentes, o primeiro deles de um Boeing 737 Max operado pela companhia aérea indonésia Lion Air que caiu em outubro de 2018, cerca de 13 minutos depois de decolar do aeroporto Soekarno-Hatta, em Jacarta, matando todas as 189 pessoas a bordo.

Cinco meses depois, outro Boeing 737 Max da companhia aérea etíope Ethiopian Airlines caiu seis minutos depois de decolar do aeroporto internacional de Adis Abeba, matando 157 pessoas.

Em ambos os casos, os aviões sofreram problemas de controle de voo devido a falhas de projeto.

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