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Família de jovem que se uniu ao EI processará governo britânico

Reino Unido está sendo acusado pelos parentes de Shamima Begum por ter retirado a nacionalidade britânica da jovem londrina

Shamima Begum é uma jovem londrina que em 2015 fugiu à Síria para se unir ao grupo terrorista Estado Islâmico (Laura Lean/Pool/File Photo/Reuters)

Shamima Begum é uma jovem londrina que em 2015 fugiu à Síria para se unir ao grupo terrorista Estado Islâmico (Laura Lean/Pool/File Photo/Reuters)

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EFE

Publicado em 22 de fevereiro de 2019 às 09h32.

Londres - A família de Shamima Begum, a jovem londrina que em 2015 fugiu à Síria para se unir ao grupo terrorista Estado Islâmico (EI), processará o Governo do Reino Unido por ter retirado sua nacionalidade britânica, indicaram os parentes em carta divulgada nesta sexta-feira.

Na carta, Renu Begum, irmã da jovem que uniu aos jihadistas, pede ao ministro do Interior, Sajid Javid, que "compreenda" que, apesar de estarem "enojados" pelos atos de Shamima, que fugiu com 15 anos e agora vive em um campo de refugiados no norte da Síria, não podem "abandoná-la".

"Esperamos que entenda nossa posição e por que devemos ajudar Shamima no desafio da decisão do Governo de retirar sua única esperança de reabilitação, sua cidadania britânica", dizem.

Os familiares disseram que, "como o resto do país", estão "comovidos pelos comentários vis" da jovem, que a princípio declarou à imprensa que desejava voltar ao Reino Unido, mas que não se arrependia de sua decisão de se unir ao grupo jihadista.

Na carta, a família também pede ajuda a Javid para trazer ao Reino Unido o bebê recém-nascido de Shamima, uma "vítima inocente" que não deveria "perder o privilégio de ser criado de maneira segura neste país".

A situação de Shamima, que viajou à Síria com outras duas estudantes do ensino médio de um colégio de Londres, suscitou um grande debate no Reino Unido, entre os que opinam que não se deve permitir seu retorno e os que acham que deve ser repatriada e submetida à investigação e a um processo judicial.

Também causou grande controvérsia a decisão de Javid de revogar a nacionalidade britânica da jovem, qualificada de "extremista" pelo líder trabalhista, Jeremy Corbyn, e questionada por especialistas legais, já que só seria legítimo caso que a pessoa tivesse dupla nacionalidade.

Embora o ministro aparentemente pensava que Shamima poderia reivindicar a nacionalidade de Bangladesh por via materna, o país asiático a negou.

Javid garantiu, além disso, que os filhos de combatentes britânicos do EI não perderiam a cidadania, o que lhe obriga a atuar diante do bebê da adolescente, que se casou com um jihadista de nacionalidade holandesa e perdeu previamente outros dois filhos.

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