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Família Foley diz que foi ameaçada por autoridade dos EUA

Segundo ABC, família do jornalista norte-americano assassinado disse que autoridade alertou que poderiam ser acusados ​​de apoiar o terrorismo


	Um militante mascarado do Estado Islâmico segura uma faca próximo ao jornalista americano James Foley, que foi morto na frente da câmera
 (REUTERS/Social Media Website via REUTERS TV)

Um militante mascarado do Estado Islâmico segura uma faca próximo ao jornalista americano James Foley, que foi morto na frente da câmera (REUTERS/Social Media Website via REUTERS TV)

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Da Redação

Publicado em 12 de setembro de 2014 às 21h07.

Washington - A família do jornalista norte-americano assassinado James Foley disse que foi ameaçada por uma autoridade norte-americana que alertou que os membros da família poderiam ser acusados ​​de apoiar o terrorismo se eles pagassem resgate aos sequestradores islâmicos, informou a ABC News nesta sexta-feira.

A ABC News citou fala da mãe e do irmão de Foley de que um oficial militar que trabalha para Conselho de Segurança Nacional do presidente Barack Obama disse várias vezes que eles poderiam enfrentar acusações criminais se pagassem um resgate.

A Casa Branca se recusou a discutir as conversas que os funcionários tiveram com a família, mas disse que elas envolveram pessoas de diferentes áreas do governo, incluindo a Casa Branca, o FBI, as agências de inteligência e o Departamento de Defesa.

"Eu não vou detalhar quem disse o que no contexto dessas conversas individuais", disse o porta-voz, Josh Earnest, mas ele reafirmou que a política dos EUA é de não pagar resgates porque isso pode encorajar mais sequestros.

A mãe de Foley, Diane, disse à ABC News que foi dito por várias vezes sobre possibilidade de indiciamento se o resgate fosse pago. "Nós tomamos isso como uma ameaça e foi terrível", disse ela. A ABC não identificou o oficial a quem ela se referia.

"Três vezes ele nos intimidou com essa mensagem. Ficamos horrorizados por ele dizer isso. Apenas nos disseram que seríamos processados. Sabíamos que precisávamos salvar nosso filho, tínhamos que tentar", disse Diane Foley em uma entrevista à ABC.

ABC citou uma porta-voz do Conselho de Segurança Nacional que disse ter informado à família Foley sobre as leis dos EUA que proíbem o financiamento ao terrorismo, mas negou ter dito que a família "poderia enfrentar acusações se fizesse algum pagamento de resgate”.

A assessora de segurança nacional de Obama, Susan Rice, embora não tenha discutido diretamente sobre acusações da família, disse que ela conheceu Diane Foley nos últimos 18 meses, uma vez que ela pressionou o governo para ajudar a garantir a libertação de seu filho.

"Ela é simplesmente implacável em um bom caminho, da forma que qualquer mãe faria todo o possível. E eu a admiro muito, tudo o que ela fez. Como mãe, eu só posso imaginar a sua dor", disse Susan a um grupo de repórteres. O secretário de Estado John Kerry disse que foi "surpreendido" pela reportagem.

"Eu desconheço totalmente e não perdoaria ninguém que eu conhecesse dentro do Departamento de Estado que fizesse tais declarações", disse a jornalistas durante uma visita a Istambul para discutir uma ação internacional contra o Estado Islâmico.

Um vídeo da decapitação de James Foley pelo Estado Islâmico foi publicado na Internet em 19 de agosto. Duas semanas depois, um vídeo semelhante mostrou outro jornalista norte-americano, Steven Sotloff, sendo decapitado.

Os Estados Unidos montaram uma missão militar mal sucedida para tentar resgatar Foley e outros reféns norte-americanos detidos pelo grupo na Síria neste verão (no hemisfério norte).

"Nós descobrimos que as organizações terroristas usam o valor do resgate de reféns como importante fonte de financiamento para a sua organização e pagar resgates só coloca outros americanos em uma posição de risco ainda maior", disse o porta-voz da Casa Branca.

O Estado Islâmico ainda mantém reféns do Ocidente e de outros países. 

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