Redação Exame
Publicado em 7 de dezembro de 2024 às 09h31.
Última atualização em 7 de dezembro de 2024 às 09h58.
O Parlamento da Coreia do Sul não conseguiu alcançar o quórum necessário para votar o impeachment do presidente Yoon Suk-yeol neste sábado, 7.
A tentativa de afastamento foi frustrada após um boicote liderado por parlamentares da base governista, deixando a sessão com apenas 195 votos, número abaixo dos 200 necessários.
Segundo informações da agência sul-coreana Yonhap, apenas três membros do partido governista participaram da votação. A oposição, liderada pelo Partido Democrático, havia articulado a moção de impeachment após a controversa decisão de Yoon de declarar lei marcial em 3 de dezembro.
A declaração de lei marcial, que Yoon justificou como uma medida emergencial para conter supostas ameaças de forças antiestatais e da Coreia do Norte, gerou indignação generalizada e protestos em massa. A Assembleia Nacional, controlada pela oposição, revogou a medida poucas horas depois, forçando o presidente a suspendê-la apenas seis horas após sua implementação.
Como resposta, seis partidos de oposição uniram-se para apresentar o pedido de impeachment, argumentando que a ação de Yoon violava a Constituição ao tentar consolidar poderes extraordinários. Apesar disso, a falta de adesão de parlamentares governistas tornou inviável a aprovação da moção.
Este impasse político expõe as divisões profundas no sistema político sul-coreano. A crise remete ao impeachment de 2016 da então presidente Park Geun-hye, que também enfrentou acusações de abuso de poder e corrupção, culminando em sua destituição.
Caso a moção de impeachment tivesse sido aprovada, Yoon seria afastado imediatamente, e o primeiro-ministro Han Duck-soo assumiria interinamente até a Corte Constitucional analisar o caso.
A instabilidade política ocorre em um momento crítico para a segurança regional, especialmente nas relações com a Coreia do Norte. Observadores internacionais temem que a turbulência enfraqueça a posição de Seul nas negociações de segurança com aliados como os Estados Unidos e Japão, além de criar incertezas em questões comerciais e diplomáticas.