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Falta de higiene mata 500 mil bebês ao ano em países pobres

Mais de um terço dos hospitais e clínicas em países em desenvolvimento não tem lugar para funcionários e pacientes lavarem as mãos com sabão


	Higiene: "Nascer em condições anti-higiênicas condena muitos bebês a uma morte precoce e tragicamente evitável", diz executiva-chefe da WaterAid
 (Marcos Santos/USP Imagens/Reprodução)

Higiene: "Nascer em condições anti-higiênicas condena muitos bebês a uma morte precoce e tragicamente evitável", diz executiva-chefe da WaterAid (Marcos Santos/USP Imagens/Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 17 de março de 2015 às 11h38.

Londres - Mais de um terço dos hospitais e clínicas em países em desenvolvimento não tem lugar para funcionários e pacientes lavarem as mãos com sabão, e quase 40 por cento não possuem nenhuma fonte de água, de acordo com uma avaliação internacional feita com o apoio da Organização Mundial de Saúde (OMS), publicada na terça-feira.

O relatório, feito pela entidade beneficente WaterAid, do setor de saneamento e a OMS, diz que a cada ano meio milhão de bebês morrem antes de atingirem um mês de idade por causa da falta de água potável e saneamento seguro.

Para um de cada cinco desses bebês, ser lavado em água limpa e receber cuidados em um ambiente limpo e seguro por pessoas que tenham lavado as mãos com sabão poderia ter evitado sua morte prematura, afirma o relatório.

"A capacidade de manter um hospital ou clínica limpo é um requisito tão fundamental nos cuidados com a saúde que é preciso questionar se uma instalação sem água corrente limpa ou saneamento básico pode atender adequadamente seus pacientes", disse Barbara Frost, executiva-chefe da WaterAid.

"Nascer em condições anti-higiênicas condena muitos bebês a uma morte precoce e tragicamente evitável."

Maria Neira, especialista da OMS em saúde pública, social e ambiental, disse que os resultados da avaliação --a primeira desse seu tipo que cobre 54 países em desenvolvimento-- são ainda mais chocantes porque, mesmo quando as clínicas de saúde são classificadas como tendo acesso a água, o abastecimento pode estar a até meio quilômetro de distância, em vez de a água ser canalizada diretamente para o local.

"Mulheres grávidas dependem de um ambiente de parto que, no mínimo, não deixe seu bebê em risco, sem falar na necessidade de água potável ou de ter de deixar a instalação para procurar um banheiro", disse ela em um comunicado.

Além de causar a morte de recém-nascidos, as mesmas condições de falta de higiene também alimentam grandes surtos de doenças, tais como epidemias de cólera na República Democrática do Congo, Haiti, Malauí, Tanzânia e Sudão do Sul, constatou o estudo.

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