Henri Falcón: candidato argumentou que a abstenção eleitoral equivale a pedir votos pelo presidente Nicolás Maduro (Marco Bello/Reuters)
AFP
Publicado em 4 de maio de 2018 às 19h53.
O candidato não oficial à presidência da Venezuela Henri Falcón criticou nesta sexta-feira os principais líderes da oposição, afirmando que estão condenados a "desaparecer" por promover a abstenção.
"Vão ficar no caminho e vão desaparecer como políticos e como partidos por não entenderem a dinâmica de um país que exige soluções, e não conflito", disse Falcón em coletiva de imprensa, um dia depois de a coalizão de partidos Mesa da Unidade Democrática (MUD) pedir a seus seguidores que não votem em 20 de maio.
A MUD também solicitou ao ex-governador que abra mão de sua candidatura por considerar que as eleições são fraudulentas.
Falcón, de 56 anos, argumentou que a abstenção equivale a pedir votos pelo presidente Nicolás Maduro, que tenta o segundo mandato até 2025.
"Quatro partidos acreditam na unidade nacional (...). Uma coisa é o que pensam os dirigentes em seus escritórios com ar condicionado, outra coisa é o que pensa a sua base. Eles não têm nenhum plano", acrescentou o ex-militar e dissidente do chavismo.
Falcón, que aparece em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, descartou se retirar e rejeitou a proposta da MUD de adiar a eleição para dezembro.
"Isso não aguenta até dezembro, a crise precisa de um tratamento já", expressou.
Na quinta-feira, o experiente deputado Henry Ramos Allup - do partido Ação Democrática - pediu a Falcón em nome da MUD que ele não iludisse seus apoiadores com a possibilidade de um resultado "mágico".
A Ação Democrática "fará uma grande rebelião das bases desses partidos, que sentem que não é o momento de parar. Não vão poder deter esta avalanche se ela massificar", reagiu candidato.
Falcón se candidatou contrariando o boicote da MUD. Nesta sexta-feira, a Frente Ampla, plataforma da qual a coalizão opositora faz parte, convocou uma "grande jornada de protesto" em 16 de maio contra as eleições.