Os ataques aéreos israelenses na Faixa de Gaza atingiram as casas de membros do alto escalão do grupo militante Hamas, disseram os militares na quarta-feira, com o quartel-general da polícia do território também como alvo. (YOUSSEF MASSOUD/AFP)
Repórter
Publicado em 13 de outubro de 2023 às 08h37.
Última atualização em 13 de outubro de 2023 às 10h27.
A exigência das Forças Armadas de Israel para a evacuação de 1,1 milhão de palestinos do norte da Faixa de Gaza amplia as tensões no Oriente Médio. Israel comunicou que os residentes devem se direcionar ao sul do território dentro de 24 horas. Com aproximadamente 1,1 milhão de habitantes, a área em destaque inclui a Cidade de Gaza.
A comunicação foi direcionada pelo Exército israelense à ONU e ao Departamento de Segurança e Proteção em Gaza próximo da meia-noite, horário local, de 12 de outubro. O marco de Wadi Gaza foi apresentado como a divisão entre norte e sul.
Stéphane Dujarric, porta-voz da ONU, destacou a inviabilidade de tal deslocamento sem impactos humanitários significativos. A ONU pede reconsideração da medida.
Funcionários da ONU e aqueles que estão em instalações da organização também foram instruídos a seguir a ordem. A retirada, segundo o comunicado israelense, visa à segurança diante das operações militares em andamento na Cidade de Gaza, intensificadas pelo confronto com o grupo Hamas.
Contrapondo, o Hamas instruiu os palestinos a não cumprirem o pedido de Israel. A organização menciona esforços de "guerra psicológica" por parte de Israel. O Contra-Almirante Daniel Hagari, de Israel, frisou que a responsabilidade recairá sobre o Hamas se algo ocorrer aos que não evacuarem.
Apesar da urgência inicial, militares israelenses sinalizaram que não há um prazo exato para a evacuação. O contra-almirante Hagari expressou compreensão sobre o tempo necessário para tal movimento.
Em relação à UNRWA, agência da ONU para refugiados palestinos, houve a realocação de suas operações para o sul de Gaza, reiterando o pedido de proteção para os civis nas escolas e abrigos sob sua responsabilidade.
O Conselho de Segurança da ONU se mobiliza para uma reunião emergencial, mas enfrenta desafios devido às diferenças entre os membros.
Após ataques do Hamas no dia 7, Israel sinaliza a preparação de uma significativa operação terrestre. A pressão aumenta sobre o premiê Binyamin Netanyahu após bombardeios que resultaram em centenas de vítimas.
Com um aumento visível de tropas e tanques na fronteira e a convocação de reservistas, a tensão na região parece se encaminhar para um novo pico. A ONU reporta que quase 339.000 pessoas já foram deslocadas em Gaza devido aos confrontos atuais.