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Facebook diz ter evidências de interferência externa em eleição nos EUA

O Facebook eliminou 32 páginas da rede social que estavam envolvidas em um esquema de desinformação que visa as eleições legislativas dos EUA em novembro

A companhia ainda investiga a origem das interferências (Jonathan Ernst/Reuters)

A companhia ainda investiga a origem das interferências (Jonathan Ernst/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 31 de julho de 2018 às 14h53.

Última atualização em 31 de julho de 2018 às 16h05.

Los Angeles - O Facebook anunciou nesta terça-feira que eliminou 32 páginas e contas da rede social que estavam envolvidas em um esforço coordenado de desinformação visando as eleições legislativas dos Estados Unidos em novembro.

"Esse tipo de comportamento não é permitido no Facebook porque não queremos que as pessoas ou organizações criem redes de contas que enganem os outros sobre quem são ou o que estão fazendo", disse a rede social em comunicado para explicar a decisão.

"Ainda estamos nas primeiras fases da nossa investigação e não temos todos os fatos, incluindo quem poderia estar por trás da ação", completou a companhia em nota.

O Facebook esteve no centro da polêmica nas eleições presidenciais dos EUA em 2016. A rede social foi usada como plataforma de divulgação de mentiras e notícias falsas, um movimento que tinha como objetivo influenciar o resultado do pleito.

Apesar de ainda não saber quem são os responsáveis pelo atual esforço de promover a desinformação na rede, o Facebook afirmou que houve um esforço maior por parte dos responsáveis para esconder suas verdadeiras identidades.

As táticas teriam superado, inclusive, as medidas de proteção adotadas pela Internet Research Agency (IRA), entidade que se dedica a promover as posições do governo da Rússia nas redes sociais.

Segundo o Facebook, o órgão teve um papel de protagonismo nas campanhas de divulgação de mentiras e notícias falsas sobre temas polêmicos para tentar influenciar as eleições presidenciais de 2016.

"Atividade (das páginas desativadas) é consistente com o que vimos da IRA antes e depois das eleições de 2016. E encontramos provas de algumas conexões entre essas contas e as da IRA que apagamos no ano passado. Mas também há diferenças", explicou o Facebook.

A empresa desativou oito páginas e 17 perfis do Facebook, além de outras sete contas no Instagram, rede que também pertence ao grupo de Zuckerberg, envolvidas em tentativas de desinformação. Elas tinham sido criadas entre março de 2017 e maio de 2018.

"No total, mais de 290 mil usuários seguiam pelo menos uma destas páginas", afirmou o Facebook.

As páginas mais seguidas que foram apagadas tinham nomes como "Aztlan Warriors", "Black Elevation", "Mindful Being" e "Resisters".

Essa última página tinha criado um evento chamado "No Unite the Right 2 - DC", uma contramanifestação a um movimento convocado pela extrema-direita no dia 12 de agosto, em Washington.

A "Unite the Right" foi o lema de um protesto de supremacistas brancos realizado em agosto de 2017 que provocou violentos enfrentamentos na cidade de Charlottesville, nos quais morreu uma pessoa de 32 anos atropelados por um veículo conduzido por um neonazista.

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