"A bicicleta é o veículo da moda e do futuro: gera saúde, não polui, ajuda a resolver o problema do transporte dos grandes centros e ainda tem um preço acessível", afirma Pedro Santiago, porta-voz da Houston (Stefan Zander/Revista VIP)
Da Redação
Publicado em 10 de junho de 2012 às 11h07.
São Paulo - Considerado veículo da moda no País, a bicicleta ganha espaço nas ruas e nas fábricas, que estão ampliando a produção. A Houston, segunda maior empresa do segmento no País, com uma unidade no Piauí, iniciará em julho a construção de uma segunda fábrica, agora na Zona Franca de Manaus.
Paralelamente, o Brasil também começa a produzir bicicletas elétricas. A maior parte da demanda pelo produto atualmente é atendida pelas importações, especialmente da China. Mas pelo menos três empresas nacionais vão produzir esse tipo de veículo: a Houston, a Kasinski e a Evolubike.
A nova fábrica da Houston entrará em operação em 2013 e terá capacidade para 650 mil bicicletas ao ano. A atual, inaugurada há 12 anos em Teresina, tem capacidade para 1,1 milhão de unidades e este ano produzirá cerca de 950 mil, 12% a mais que em 2011. O grupo emprega 900 funcionários.
"A bicicleta é o veículo da moda e do futuro: gera saúde, não polui, ajuda a resolver o problema do transporte dos grandes centros e ainda tem um preço acessível", afirma Pedro Santiago, porta-voz da Houston. Os preços das "magrelas", como são chamadas por muitos dos usuários, deverão variar de R$ 250 a R$ 3 mil.
Segundo Santiago, o consumidor é bem diversificado em termos de perfil de renda. "Compra uma bike o trabalhador que precisa chegar até o serviço, o executivo que prefere pedalar a passar 40 minutos em um engarrafamento, a família que deseja passear no parque e também a turma que faz trilhas no fim de semana e por aí vai", diz.
No caso das elétricas, a Houston está finalizando os testes da sua primeira linha desse produto. A tecnologia será toda importada, mas com adaptações para o consumidor brasileiro. Os modelos serão produzidos em Teresina e devem chegar ao mercado no fim deste de 2012 ou no começo do ano que vem.
A Kasinski, que já produz motocicletas na Zona Franca de Manaus, anunciou uma fábrica de motos e bicicletas elétricas no Rio de Janeiro, mas o projeto, previsto para 2011, está atrasado. A empresa informa que ainda este mês iniciará, provisoriamente, a produção de bicicletas elétricas em Manaus, com tecnologia chinesa. Quando a fábrica do Rio estiver pronta, vai transferir a linha para lá.
O tamanho do mercado de bicicletas elétricas ainda é desconhecido no Brasil, mas o diretor financeiro da Evolubike, Rogério Rovito, aposta num potencial de 1 milhão de unidades anuais num prazo de cinco anos. Rovito e dois sócios, um deles seu irmão, todos engenheiros, criaram a Evolubike, que desenvolve bicicletas elétricas. Com base em São Paulo, a empresa vendeu, em um ano, 700 unidades a preços entre R$ 3 mil e R$ 3,3 mil. Este ano, quer chegar a 1,5 mil peças.
Os sócios adquirem os componentes na China e montam as bicicletas num galpão no bairro do Cambuci. "Mas não somos apenas montadores", diz Rovito. Eles explica que o grupo escolhe componentes como motor e bateria de diferentes fabricantes, agrega novas tecnologias - todas patenteadas - e vende um produto "com a cara do brasileiro".
A Evolubike iniciou recentemente estudos para uma fábrica local, que deverá produzir cerca de 20 mil unidades ao ano até 2017. O valor do investimento e local da fábrica ainda não estão definidos.
Sem intenção, no momento, de atuar no segmento das elétricas, a Caloi, maior fabricante nacional, pretende produzir este ano 1,1 milhão de bicicletas, 100 mil a mais que em 2011.