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Extrema-direita israelense se opõem ao cessar-fogo em Gaza

Aceitação do citado cessar-fogo permanente ainda não foi confirmada oficialmente pelo governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu


	Avigdor Lieberman, o ministro das Relações Exteriores de Israel: ele se mostrou contra o cessar-fogo em Gaza
 (Alkis Konstantinidis/Reuters)

Avigdor Lieberman, o ministro das Relações Exteriores de Israel: ele se mostrou contra o cessar-fogo em Gaza (Alkis Konstantinidis/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 26 de agosto de 2014 às 15h57.

Jerusalém - Os ministros das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, e da Economia, Naftali Bennett, representantes da extrema direita nacionalista de Israel, mostraram nesta terça-feira sua oposição ao cessar-fogo permanente estipulado com as milícias palestinas hoje no Cairo.

Segundo o jornal ""Ha"aretz"", o ministro de Segurança Interior, Yitzhak Aharonovich, também se opõe à trégua. Aharonovich pertence ao mesmo partido de Lieberman, "Yisrael Beiteinu" (Israel é nosso lar, tradução livre).

A aceitação do citado cessar-fogo permanente, que entrou em vigor às 19h locais (13h de Brasília), ainda não foi confirmada oficialmente pelo governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

A imprensa local informou, por sua vez, que a proposta egípcia já está nas mãos do Executivo israelense e que aparentemente foi aceita.

Um responsável israelense citado pelo site do jornal local "Yedioth Ahronoth", que não quis se identificar, garantiu que o acordo não inclui a abertura do porto e do aeroporto, nem a transferência de recursos para o Hamas, que eram alguns dos pontos conflituosos que fizeram as negociações fracassarem dias atrás.

A imprensa israelense está repercutindo a polêmica sobre se o acordo necessita ou não da ratificação do governo para entrar em vigor.

Por outro lado, Zahava Gal-On, dirigente do partido de esquerda Meretz, criticou Netanyahu e seu "governo irresponsável" por ter dado a vitória de bandeja para o Hamas.

"O cessar-fogo chega muito tarde e seus termos demonstram que a operação Limite Protetor é uma derrota estratégica de Netanyahu, que começou ela sem objetivos e terminou dando a vitória ao Hamas, à custa dos moradores do sul", afirmou.

"A dor que esta operação errática infligiu ao povo de Israel nos foi imposta por um governo irresponsável", acrescentou em declarações ao "Canal 10" da televisão israelense.

O Hamas revelou o pacto na tarde de hoje e disse que o mesmo representa uma vitória para a resistência palestina, pois inclui o alívio gradual do bloqueio econômico e do assédio militar imposto por Israel sobre a Faixa de Gaza desde 2007.

De acordo com fontes ligadas à delegação palestina, o relaxamento do bloqueio será imediato, com a ampliação da área de pesca, enquanto a discussão sobre a abertura do porto e de um futuro aeroporto em Gaza foi adiada para daqui um mês.

Além disso, a proposta inclui a reabertura da fronteira com o Egito, que será controlada pela Autoridade Nacional Palestina (ANP), como desejavam Israel e Egito, e o financiamento para a reconstrução da infraestrutura no território palestino, acrescentou a fonte.

O acordo foi confirmado tanto pelo governo egípcio como pela Autoridade Nacional Palestina (ANP).

Até o momento, apenas a ministra da Justiça de Israel, Tzipi Livni, tinha reagido de forma oficial ao anúncio ao afirmar que espera que o fim das hostilidades não signifique um ganho político para o Hamas.

Terminar com a operação não deveria contemplar "nenhuma conquista política para o Hamas, que é uma organização terrorista que não aceita nossa existência aqui", declarou a ministra à imprensa.

O fim da ofensiva deve ser "parte de um acordo global com aqueles que buscam a paz", acrescentou Tzipi Livni sobre o possível fim de um conflito que em 50 dias acabou com a vida de 2.140 palestinos, a maioria civis, e de 67 israelenses, 64 deles soldados, além de um trabalhador asiático.

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