Muçulmanos protestam na Indonésia, diante da embaixada americana em Jacarta: A exibição do controvertido vídeo foi o estopim da escalada de violência (Beawiharta/Reuters)
Da Redação
Publicado em 18 de setembro de 2012 às 21h35.
Berlim - O ultradireitista partido alemão Pro Deutschland postou nesta segunda-feira o vídeo que ridiculariza o profeta Maomé, apesar da intenção do governo de Angela Merkel de tentar impedir sua difusão por temer problemas de ordem pública.
O Pro Deutschland, um grupo minoritário e islamofóbico contrário à construção de mesquitas na Alemanha, divulgou através de seu site imagens do filme, que após aproximadamente uma hora ficaram bloqueadas, aparentemente pelo próprio partido.
Esta formação, sem representação a não ser em poucos consistórios locais, anunciou seu propósito de exibir o vídeo em sua integridade em Berlim, no próximo mês de novembro, o que deixou a polícia em alarme.
O ministro do Interior, Hans-Peter Friedrich, afirmou que estão sendo estudadas medidas legais para que as autoridades competentes possam impedir tal exibição, depois que a própria Merkel afirmasse que teme problemas de ordem pública.
Em um discurso perante meios de comunicação, Merkel se comprometeu a ''avaliar'' a possibilidade de impedir a exibição desse filme, e argumentou que ''a liberdade de expressão também tem seus limites''.
A exibição do controvertido vídeo, produzido nos Estados Unidos, foi o estopim da escalada de violência no mundo muçulmano contra embaixadas ocidentais.
A representação diplomática alemã na capital do Sudão foi parcialmente incendiada na sexta-feira passada, depois que milhares de radicais muçulmanos tentaram invadir o edifício.
A imprensa de Berlim repercutiu a informação de que há dias os imames sudaneses tinham aquecido os ânimos, com o argumento de que na Alemanha se exibiam impunemente caricaturas de Maomé.
As acusações dos imames remetem à provocadora campanha do Pro Deutschland, que durante semanas e em toda Alemanha exibiu os desenhos do dinamarquês Kurt Westergaard, cuja difusão em 2005 por jornais de toda Europa provocou revoltas no mundo muçulmano.