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Extensão do Brexit esconde um problema: não há consenso à vista

Ao anunciar a nova data, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, foi taxativo: “por favor, não desperdicem este tempo”

Theresa May: a pressão pela saída da primeira-ministra cresce a partir de hoje

Theresa May: a pressão pela saída da primeira-ministra cresce a partir de hoje

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Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2019 às 07h01.

Última atualização em 11 de abril de 2019 às 07h28.

Esta quinta-feira é o primeiro de 183 dias da extensão da extensão do prazo para o Reino Unido definir, afinal, como será o desembarque da União Europeia. Ontem, o bloco estabeleceu o dia 31 de outubro como nova data limite para o Brexit, após novo apelo da primeira-ministra britânica, Theresa May. Ao anunciar a nova data, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, foi taxativo: “por favor, não desperdicem este tempo”.

O alongamento foi um enorme alívio em Londres, mas a nublada manhã desta quinta-feira em Londres devolveu os britânicos à incerteza de sempre: o que fazer a partir de agora? A indefinição entre os parlamentares do governo e da oposição continua a mesma de sempre, e não há indicativos concretos de que os próximos 183 dias serão melhores do que os últimos 1.022 dias de total indefinição.

Ontem, Tusk voltou a reiterar o óbvio: “o curso da ação estará totalmente nas mãos do Reino Unido”. Questionado sobre este seria o último adiamento, Tusk afirmou que “sou velho demais para excluir outro cenário”.

A primeira grande dúvida desta quinta-feira é se Theresa May resistirá às pressões para deixar o cargo, como querem os defensores mais ferrenhos do Brexit. Oficialmente, o cargo de May está a salvo até dezembro, um ano após ela ter sido desafiada pelo parlamento, e vencido. Segundo o jornal The Guardian, o problema desta via mais extrema é que o novo prazo de 31 de outubro pode ser curto para um recomeço nas negociações do Brexit, ou até para a organização de novas eleições gerais.

A maior indefinição continua sendo a fronteira entre a Irlanda e a Irlanda do Norte, o único ponto de contato entre o Reino Unido e a União Europeia. Manter a fronteira aberta, como defendem os defensores de um Brexit “soft” faz com que a saída seja inócua aos olhos dos radicais. Um grupo de parlamentares britânico desembarca já em Bruxelas já nesta quinta-feira para renegociar por conta própria o impasse.

A extensão de prazo pode ser uma oportunidade de chegar ao consenso. Mas pode ser também uma deixa para a confusão aumentar ainda mais.

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