Mundo

Expulsão de chefe da CIA era inevitável, diz ministro alemão

Decisão foi resposta inevitável às novas alegações de que os Estados Unidos estavam espionando o governo alemão, disse o ministro de Relações Exteriores

Precisamos e esperamos um relacionamento baseado em confiança." (Thomas Peter/Reuters)

Precisamos e esperamos um relacionamento baseado em confiança." (Thomas Peter/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de julho de 2014 às 13h50.

Berlim - A decisão da Alemanha de pedir a expulsão do chefe da unidade da CIA em Berlim foi uma resposta inevitável às novas alegações de que os Estados Unidos estavam espionando o governo alemão, disse o ministro de Relações Exteriores do país, Frank-Walter Steinmeier, nesta sexta-feira.

Autoridades disseram que o chefe de espionagem dos EUA deixariam a Alemanha em breve. "Nossa decisão de pedir que o atual representante dos serviços de inteligência dos EUA deixasse a Alemanha é a decisão correta, um passo necessário e uma reação adequada em relação à quebra de confiança que ocorreu”, disse Steinmeier a repórteres.

“Tomar uma atitude foi inevitável, em minha opinião. Precisamos e esperamos um relacionamento baseado em confiança." Segundo ele, uma forte parceria transatlântica era especialmente importante agora, dada a crise internacional.

Ele dirá ao secretário de Estado dos EUA, John Kerry, ao se encontrarem em Viena no fim de semana para conversas sobre o programa nuclear do Irã, que a Alemanha está ansiosa em retornar essa parceria baseada em confiança mútua.

O escândalo esfriou as relações com Washington em nível não visto desde que o antecessor da chanceler Angela Merkel se opôs à invasão do Iraque em 2003.

Além disso, foi precedido de alegações de que a própria Merkel esteve entre os milhares de alemães cujos telefones celulares foram interceptados por agentes norte-americanos. Merkel não teve uma conversa telefônica com o presidente dos EUA, Barack Obama, desde que Berlim pediu a saída do chefe da CIA no país, mas ambos mantêm contato, disse um porta-voz do governo alemão nesta sexta-feira.

“Não houve conversa telefônica entre a chanceler e Washington e nenhuma está planejada. Mas você sabe que a chanceler e o presidente norte-americano estão em contato um com o outro”, disse o porta-voz de Merkel, Steffen Seibert, em coletiva de imprensa. Seibert disse que o governo espera que o representante de inteligência dos EUA deixasse a Alemanha “prontamente”.

O chefe da CIA no país não teve seu nome divulgado. A decisão de pedir sua saída da Alemanha foi tomada após revelações de atividades de espionagem dos EUA no país. Na quarta-feira o governo alemão afirmou ter descoberto um suspeito de espionar para os EUA no Ministério da Defesa.

Isso aconteceu apenas alguns dias depois da prisão de um funcionário de inteligência alemão sob suspeita de ser informante da CIA, que admitiu ter passado documentos para um contato no Estados Unidos. 

Acompanhe tudo sobre:AlemanhaCIAEspionagemEstados Unidos (EUA)EuropaPaíses ricos

Mais de Mundo

Argentina registra décimo mês consecutivo de superávit primário em outubro

Biden e Xi participam da cúpula da Apec em meio à expectativa pela nova era Trump

Scholz fala com Putin após 2 anos e pede que negocie para acabar com a guerra

Zelensky diz que a guerra na Ucrânia 'terminará mais cedo' com Trump na Presidência dos EUA