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Da Redação
Publicado em 15 de abril de 2013 às 22h20.
Boston - Duas explosões deixaram nesta segunda-feira pelo menos três mortos e dezenas de feridos, afirmou a polícia local, no momento em que atletas cruzavam a linha de chegada da Maratona de Boston, uma das mais conhecidas do mundo. Uma autoridade da Casa Branca disse que o incidente será tratado como um "ato de terror".
Os corredores estavam chegando no fim da prova quando uma bola de fogo e fumaça subiram atrás dos torcedores e de uma fileira de bandeiras que representam os países participantes, segundo um vídeo do local do incidente. Outras imagens mostraram manchas de sangue no chão e várias pessoas caídas.
Uma hora depois das explosões, a polícia disse ter registrado um incêndio na Biblioteca Presidencial John F. Kennedy, a cerca de 5 quilômetros da linha de chegada da maratona, mas ninguém ficou ferido.
O comissário de polícia Ed Davis afirmou em entrevista coletiva que autoridades não estavam certas se o incêndio, possivelmente iniciado por um artefato incendiário, estava relacionado com as explosões na maratona, que é disputada desde 1897.
O canadense Mike Mitchell, que havia acabado de concluir a corrida, disse que olhou para trás ao cruzar a linha e viu uma "enorme explosão", provocando uma coluna de fumaça que se ergueu a 15 metros. Segundo ele, as pessoas começaram a correr e gritar. "Todo mundo enlouqueceu", afirmou ele.
Entre os mortos está um menino de 8 anos, informou o jornal Boston Globe, citando duas fontes de segurança. Ambulâncias chegaram ao local em poucos minutos, e o trânsito na região foi interditado. Atletas e espectadores eram vistos chorando e se consolando.
"Sangue em todo lugar, vítimas retiradas em maca. Vi alguém que perdeu a perna, as pessoas estão chorando", relatou pelo Twitter Steve Silva, repórter do jornal Boston Globe.
O governador de Massachusetts, Deval Patrick, disse que mais de 100 pessoas ficaram feridas, algumas delas gravemente.
"Ato de terror"
O presidente norte-americano, Barack Obama, determinou que as autoridades federais ofereçam toda a assistência necessária e disse em declaração televisionada que os Estados Unidos vão descobrir quem realizou as explosões nesta tarde e irão responsabilizá-los.
"Nós ainda não sabemos quem fez isso ou por que, e as pessoas não devem tirar conclusões precipitadas antes que nós tenhamos todos os fatos", disse Obama. "Mas não se enganem, vamos chegar ao fundo da questão, e vamos descobrir quem fez isso, nós vamos descobrir por que fizeram isso." Obama afirmou ter determinado ao governo federal que aumente a segurança no país, caso necessário. A segurança foi reforçada em Nova York e Washington. A Casa Branca informou que está considerando o incidente um "ato de terror".
"Qualquer evento com artefatos explosivos múltiplos, como esse parece ser, é claramente um ato de terror e será tratado como um ato de terror", disse uma autoridade da Casa Branca.
"Porém, nós ainda não sabemos quem realizou esse ataque, e uma investigação completa terá que determinar se foi planejado e feito por um grupo terrorista, estrangeiro ou doméstico", afirmou a autoridade.
O presidente foi informado pelo diretor da polícia federal (FBI), Bob Mueller, e pela secretária do Interior, Janet Napolitano, sobre a investigação em andamento das explosões que atingiram Boston, que agora ficará a cargo do FBI.
Todos os anos, centenas de milhares de pessoas acompanham ao vivo a Maratona de Boston, e a maior concentração acontece perto da linha de chegada. As explosões ocorreram mais de cinco horas depois do início da prova, quando os principais atletas já a haviam concluído, mas muitos amadores continuavam correndo.
Dos 23.326 corredores que começaram a prova, 17.584 a terminaram antes das explosões, de acordo com autoridades da corrida.
A Maratona de Boston é tradicionalmente realizada no Dia dos Patriotas, a terceira segunda-feira de abril. A corrida começa na localidade de Hopkinton, Massachusetts, e termina na praça Copley, em Boston. Anualmente, estima-se que a corrida atraia cerca de 20 mil participantes e 500 mil espectadores.
Antes das explosões, o etíope Lelisa Desisa e a queniana Rita Jeptoo venceram as provas masculina e feminina, respectivamente, mantendo o domínio africano nessa distância.