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Explosão em cinema da Nigéria durante jogo do Brasil mata 7

O número de vítimas fatais pode ainda aumentar, porque o estado de alguns feridos é grave

Torcedores nigerianos na rua durante a Copa do Mundo (Pius Utomi Ekpei)

Torcedores nigerianos na rua durante a Copa do Mundo (Pius Utomi Ekpei)

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Da Redação

Publicado em 18 de junho de 2014 às 07h55.

Damaturu - Uma explosão dentro de um cinema que transmitia a partida entre Brasil e México pela Copa do Mundo deixou sete mortos e mais de 40 feridos na cidade de Damaturu, na Nigéria.

O número de vítimas fatais pode ainda aumentar, disseram fontes do hospital Sani Abacha à Agência Efe, porque vários feridos estão em estado grave.

"A situação é ruim. Muitas vítimas estão muito mal. O número de mortos pode aumentar", disse à Efe uma enfermeira do hospital, que pediu anonimato.

Segundo testemunhas citadas pelo jornal "Daily Trust", uma bomba explodiu em um triciclo estacionado na frente do cinema Jamilu Cross Fire ao redor das 20h (16h em Brasília).

"Escutamos um barulho ensurdecedor e as pessoas começaram a gritar pedindo ajuda. Eu saltei por cima da cerca e busquei refúgio. Só Deus sabe quantas pessoas perderam a vida", comentou um sobrevivente citado pelo jornal.

As autoridades tinham advertido recentemente a população para que não assistisse os jogos da Copa em lugares públicos, por serem alvos fáceis para um atentado da seita radical islâmica Boko Haram.

No início deste mês, pelo menos 40 pessoas morreram em um ataque com bomba em um bar do estado de Adamawa, também no norte do país, aonde dezenas de pessoas assistiam pela televisão um jogo de futebol.

Esse atentado fez o governo do estado proibir a projeção de partidas do Mundial em estabelecimentos públicos movimentados.

Apesar do ataque de ontem à noite não ter sido reivindicado por nenhum grupo, as suspeitas recaem sobre o Boko Haram, que tem o norte do país como centro de operações e reduto espiritual.

Yobe e Adamawa são dois dos três estados do norte que o governo federal declarou situação de emergência para combater os insurgentes islâmicos.

A seita, cujo nome significa nas línguas locais "a educação não islâmica é pecado", luta para impor um Estado islâmico na Nigéria, país de maioria muçulmana no norte e predominantemente cristã no sul.

Desde que a polícia matou, em 2009, o então líder e fundador do Boko Haram, Mohammed Yousef, os radicais mantêm uma sangrenta campanha que já fez mais de quatro mil vítimas fatais.

A Nigéria é o país mais povoado da África, tem 170 milhões de habitantes distribuídos em mais de 200 grupos tribais, e sofre inúmeras tensões por suas profundas diferenças políticas, religiosas e territoriais. 

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